Atraso na primeira aplicação de fungicida traz prejuízo de R$40,00/ha por dia
O professor Ricardo Balardin, da Universidade Federal de Santa Maria, alerta para o perigo de se reduzir a proteção da soja na próxima safra por conta da provável queda na renda agrícola. No Rio Grande do Sul, houve uma pressão menor da ferrugem no ano passado, mas o problema está instalado no Brasil e representa um importante percentual de perda, "o que requer que o produtor seja técnico e cauteloso ao tomar suas decisões", diz o prof Balardin.
Do ponto de vista financeiro, o negócio precisa ser sustentável. O mercado se acostumou com preços altos e irreais, já que o preço real da soja fica em torno de R$60 a R$65, como destaca o professor. "Não adianta sonhar com um preço que não vai voltar. Tem que investir na produtividade por hectare", diz.
Ele alerta ainda que é preciso haver uma combinação correta da época da semeadura com a época da primeira aplicação, que deve ser feita antes do florescimento. O professor ainda diz que "é preciso entender que é uma cultura de 120 dias". Assim, as aplicações têm de ser distribuídas e rotacionadas por esse período para garantir a qualidade da aplicação.
Outras medidas, como a questão do refúgio, que, se não realizado, pode comprometer a tecnologia, além da aplicação de fungicidas multissítio em conjunto com outras aplicações devem ser tomadas, além das estratégias de manejo necessárias para o controle.
Para Balardin, os produtores precisam entender a fragilidade do sistema quando se trabalha com muitos hectares, agregando um nível técnico maior e tomando todas as precauções. A aplicação custa mais caro, mas uma produtividade baixa pode comprometer a rentabilidade.
No que diz respeito à relação com Paraguai e Bolívia, ele aponta que os países, em conjunto com o Brasil, têm de tomar uma série de cuidados. "Temos que ter um negócio para todos os países de setembro a dezembro e respeitar, senão vai matar um negócio de todos", aponta.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro gira em torno da soja, como avalia o professor. Assim, a próxima safra é "extremamente perigosa" e os produtores devem "agir com máxima cautela para seguir as recomendações", para que se consiga obter liquidez ao final.
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