Demanda americana deve sofrer impacto com mudança cambial no Brasil, perdendo competitividade frente ao produto brasileiro

Publicado em 23/05/2017 17:12
Confira a entrevista com Flávio Roberto de França Junior - França Jr Consultoria
Salvação da soja é que milho e trigo mantenham viés positivo para os preços

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Flávio Roberto de França Junior - França Jr Consultoria

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A terça-feira (23) apresentou um dia negativo para o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) e também para o dólar, que subiu frente ao real, dois fatores que anteriormente vinham animando os produtores brasileiros.

De acordo com o analista de mercado Flávio França Jr., há um conjunto muito intenso de variáveis fazendo o mercado se mexer tanto em Chicago quanto no mercado interno. O saldo de hoje é negativo tendo em vista também a combinação de CBOT e câmbio.

Os produtores aproveitaram a última semana e, assim, houve um bom volume de fixações, o que o analista acredita que foi "correto", especialmente para aqueles que estavam mais atrasados nas negociações. Ontem e hoje, a semana abriu novamente na defensiva, como aponta o analista.

Diante deste quadro, França Jr. acredita que, na questão de Chicago, os fundamentos da soja são baixistas, considerando uma superoferta mundial, safras recorde e uma área maior nos Estados Unidos, além de um plantio dentro do normal para soja e milho em solo norte-americano. A demanda americana, entretanto, deve sofrer o impacto do padrão de mudança cambial no Brasil, perdendo competitividade frente ao produto brasileiro.

Os Estados Unidos também passam por uma situação complicada no quadro político. Hoje, segundo França Jr., foi mais um dia de nervosismo. "A única salvação da soja é que milho e trigo estão com um viés mais positivo", diz, o que impede a soja de ter uma queda maior.

Para ele, não é possível fazer uma estimativa mais altista no momento. A tendência é, portanto, de baixa, mas a soja tenta se segurar em Chicago. O mercado climático não surte o efeito de alta esperada - apesar do tempo úmido, o plantio se encaminha nos Estados Unidos. Porém, a questão do clima segue como variável central nos próximos meses.

A demanda global continua muito sólida. Não há sinal de preocupação para o ritmo dessa demanda, mas a questão, para França Jr., é que não é momento de vender soja norte-americana e, sim, sul-americana, embora os embarques estejam saindo dos Estados Unidos e impedindo Chicago de cair.

França Jr., que realiza cursos de comercialização e gestão de risco, estará nesta semana com um curso em Cascavel (PR), que ocorre nesta quinta e sexta-feira e ainda tem algumas vagas disponíveis. Depois, as cidades de Rondonópolis (MT), Passo Fundo (RS) e Goiânia (GO) também recebem o curso.

Para mais informações, acesse o site: www.francajunior.com.br

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Tags:
Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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