Paraguai colhe safra recorde de mais de 10 mi de t de soja, mas ferrugem ainda preocupa
O produtor paraguaio Milton Abich, que é filho de brasileiros, conversou com o Notícias Agrícolas sobre a incidência de ferrugem asiática no país vizinho.
Abich, produtor na região de Santa Rita (Alto Paraná), lembra que o Paraguai possui uma condição diferente em função de solo e clima, com menor altitude e 14h de sol durante o verão. Estas condições, segundo ele, são menos favoráveis ao desenvolvimento da ferrugem asiática no início do cultivo. Entretanto, quem não consegue plantar durante o mês de setembro pode encontrar problemas e ser mais exposto à ferrugem no fim do ciclo.
Ele lembra que a safrinha de soja ainda é legalizada no país e que, geralmente, ela é utilizada para a produção de sementes. O vazio sanitário no Paraguai é estabelecido entre os dias 1 de junho e 30 de agosto para a soja verde.
O produtor conta que a última vez que a ferrugem trouxe preocupação para o Paraguai foi no ano de 2014. Nas últimas duas safras, a pressão foi menor e não houve perdas expressivas em função dela.
Abich destaca ainda que muito se discute no Paraguai a inviabilidade agronômica da safrinha de soja, mas que os produtores a realizam devido a fatores econômicos.
Neste ano, o Paraguai colheu um volume recorde, superando as 10 milhões de toneladas. Muitos produtores conseguiram colher por volta ou acima de 60 sacas por hectare.
Uma aliança pública-privada trabalha ainda para desenvolver variedades adaptadas que são resistentes à ferrugem asiática. Uma dessas variedades já foi utilizada na última safra e a segunda também já está pronta para comercialização.
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