"É possível prolongar a vida útil da resistência às carboxamidas", diz entomologista
O entomologista e especialista em ferrugem asiática, Wanderlei Dias Guerra, precursor da implantação do vazio sanitário em Mato Grosso, aponta para a necessidade de pesquisas de plantio em fevereiro, nas mais diversas regiões, como uma possibilidade de que os produtores de sementes de soja possam fazer o seu plantio mais tarde, como forma de escapar do período de incidência da ferrugem na oleaginosa. Ele destaca que isso não é uma sugestão, entretanto, mas uma alternativa a ser estudada.
Ele lembra que, anteriormente, a soja não parava, com cultivo permanente. Por isso, a safrinha chegava até com 10 aplicações de fungicidas, o que levava a perdas de resistência. Agora, algumas áreas já começam a apresentar resistência às carboxamidas mas, como aponta Dias Guerra, é possível prolongar essa vida útil.
Ele deixa claro que essa, ainda, não é uma recomendação oficial. Atualmente, os sementeiros plantam até 31 de dezembro.
Dias Guerra destaca que "o conhecimento é dinâmico. Não podemos criminalizar o passado em função do que ocorre agora". Entretanto, nem todas as regiões apresentam problemas de resistência dos carboxamidas. Nas regiões que as carboxamidas ainda são eficientes, "a guerra ainda não está perdida".
Ele alerta também os produtores para não se basearem na safra anterior e continuarem "ativos, atentos e vigilantes". "Temos que estar atentos ao que a pesquisa está mostrando. Ela nunca faz algo para prejudicar. O produtor é um pesquisador nato".
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