Ritmo de queda da soja diminui em Chicago com compradores avaliando oportunidade de negócios
De acordo com o analista de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a sexta-feira foi o dia de maior susto, com uma estimativa de plantio americana com 2,5 milhões de hectares de crescimento. Hoje, o mercado já trabalhou em baixa com menos força, buscando a possibilidade de uma correção positiva nos próximos dias.
Isso ocorre porque, segundo Brandalizze, o mercado já se tornou muito comprador e também porque a demanda global deve ser maior do que o apontado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O analista destaca que os compradores já enxergam a soja como um produto mais barato, logo, há a aposta de que o mercado poderá valorizar as exportações.
A demanda passa novamente a ser vista como um fator importante do lado fundamental. Enquanto os fatores negativos vêm do lado da oferta, ela pode funcionar como um suporte para os preços, anulando a pressão negativa do mercado. Há uma forte demanda pela soja americana e também pela soja brasileira. Em março, de acordo com a Secex, foram embarcadas 8,959 milhões de toneladas de soja pelo Brasil, recorde para o mês e, no acumulado dos três primeiros anos, também há recorde, com 16,9 milhões de toneladas embarcadas.
Os compradores que tradicionalmente não apareciam nos grandes negócios, fora da rota da China, estão precisando de soja também. Com isso, a demanda pode ser maior do que as projeções, podendo superar as 340 milhões de toneladas por ano.
No Brasil, 99% dos embarques foram de contratos antigos. Há poucos negócios novos, com produtores lentos por conta do dólar e dos preços em Chicago. Hoje, o mercado nos portos se mostrou entre R$65,50 a R$66, sendo que no mesmo período do ano passado houve momentos de R$90 a R$96. Além disso, a perspectiva da cobrança do Funrural, o que pode complicar ainda mais a parte financeira dos produtores, intimida os novos negócios.
A curto prazo, no entanto, não há notícias novas que levem o mercado a trabalhar acima dos US$10/bushel. Porém, a nova safra americana começa a se desenhar e, com o mercado climático, essas cotações podem se mostrar voláteis nos próximos meses.
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