Soja: Queda dos preços para safra 2017/18 é muito maior do que a baixa esperada para o custo de produção
O superintendente do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (IMEA), Daniel Latorraca Ferreira, aponta que os preços para a soja estão cedendo de forma significativa no estado, abaixo do custo de produção. O cenário, até 2017/18, ainda está aberto, mas tem "muita água para rolar", como ele define. A comercialização no estado, que alcançou 62%, está com os outros 38% restantes parados por conta dos preços.
O preço de comercialização está entre R$51 a R$52 no estado, o que é 28% a menos do que o preço ponderado. Os produtores já tiveram custos altos por conta do dólar no ano passado, que girava em torno de R$3,66. Hoje, a média do dólar está em R$3,17.
Para quem ainda possui soja para vender, o mercado todo irá se voltar para a safra dos Estados Unidos, o que poderá abrir algumas janelas de comercialização no mercado climático, que deixará a Bolsa de Chicago (CBOT) bastante volátil. Por isso, Latorraca acredita que os produtores que possuem capacidade de armazenagem estão aguardando esse momento.
O grande alento para a renda, neste momento, é a produtividade, que foi elevada no estado, com uma média de 55 sacas por hectare, um número que foi registrado pela primeira vez pelo IMEA.
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Custos
O custo final de produção para a safra 2016/17, para produtores com, em média, 1500 a 2000 hectares, ficou em R$3022 por hectare. Neste custo estão inclusas despesas com insumos, operação de máquinas, mão de obra e questões como impostos, armazenagem, transferência e frete ponta curta.
custo final de produção pra safra 17/18 ficou em 3022 por hectare custeio, para produtor entender despesas com insumos, operação de máquinas, mao de obra e toda a questão de impostos, armazenagem, transferencia, frete ponta curta. custo de um cara entre 1500 e 2000 hectares. Em relação à safra anterior, houve um aumento de 14% por conta do dólar.
Para 2017/18, as primeiras projeções indicam preços 7,21% menores por hectare, de R$2800.
Latorraca lembra que "há outras realidades no estado, as contas diferenciam e os custos podem ser menores do que o apresentado", mas que os produtores, em grande maioria, vão para as operações de barter. Para ele, também não dá para "esperar muita coisa do dólar e sim o que possa vir de Chicago nos próximos meses".
A votação no Supremo Tribunal Federal (STF) a favor do Funrural deve pesar nos custos dos produtores daqui para a frente e "vem em um mau momento", como destaca o superintendente.
Hoje, serão divulgados dois novos boletins pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) detalhando estoques e intenção de plantio, o que trará novos fatores fundamentais para o mercado e indicará a tendência da próxima safra americana.
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