PR e MS já têm fungos resistentes às carboxamidas. Produtores devem intensificar novas práticas de manejo
Nesta quarta-feira (8), o FRAC Brasil divulgou que as carboxamidas, utilizadas no controle da ferrugem asiática da soja, já estavam se mostrando pouco eficientes e que os fungos já haviam apresentado resistência em algumas áreas analisadas.
Rafael Moreira, pesquisador da Embrapa, aponta que a notícia "de fato, é bastante preocupante para toda a cadeia produtiva da soja". A constatação demonstra que está havendo problemas com os produtos mais novos que estão no mercado. As amostras coletadas ainda na safra passada já mostravam mutação em um ponto que leva à resistência frente a esses produtos químicos.
Moreira destaca que, nesta safra, foi verificada menor eficiência e até mesmo uma perda da eficiência das carboxamidas. O problema se deu, principalmente, em algumas regiões do Paraná e em áreas comerciais do Mato Grosso do Sul. O pesquisador diz que não dá para identificar o que ocasionou este problema especificamente nessas regiões e que esta safra não foi severa em relação à ferrugem, o que ajudaria a esconder o problema.
Um dos fatores que pode levar a este problema é o excesso de aplicações do produto na área, que acaba matando os fungos sensíveis e faz com que a população dos resistentes predomine no local. "Temos que monitorar para ver o que vai acontecer", avalia Moreira, lembrando ainda que, mesmo que uma das capacidades de mutação tenha resistido, é possível que os fungos tenham perdido agressividade e capacidade de sobrevivência. Com a safra em andamento, os resultados finais ainda não apareceram, mas "isso ressalta a importância das boas práticas e da utilização de todas as estratégias disponíveis para o controle da doença".
Recomendações
O pesquisador aponta algumas medidas que podem ser tomadas no campo para evitar que o problema se espalhe. "A situação ainda não é desesperadora, mas precisamos pensar no futuro e ser mais precavidos", constata. No momento, nenhuma nova molécula deverá ser lançada no mercado nos próximos cinco a seis anos, o que faz com que o controle no manejo e na tomada de decisão seja mais necessário.
- Vazio sanitário: a realização do vazio sanitário (que no estado do Paraná vai de 15 de junho a 15 de setembro) é fundamental para diminuir a população do fungo no ambiente, atrasando o aparecimento da doença.
- Evitar o plantio de soja safrinha: o plantio deste cultivo constitui um ambiente favorável para o aparecimento da resistência, sobretudo pela necessidade de mais aplicações de fungicidas.
- Restrição da janela de cultivo: é necessário que não haja cultivo após o dia 31 de dezembro - de certa forma, para evitar também a safrinha de soja e de suas aplicações adicionais de fungicidas.
- Uso de variedades precoces e resistentes: uma planta emergindo mais cedo, vinda de um período de vazio sanitário, ficará pronta para ser colhida antes do período favorável para o aparecimento do fungo. As variedades resistentes, por sua vez, seriam uma "maior esperança" para auxiliar o controle químico.
- Combinação de produtos: as moléculas disponíveis aplicadas juntamente com fungicidas com ação multisítio, que são produtos de contato, também ajudariam a aumentar a resistência da planta.
2 comentários
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Dalzir Vitoria Uberlândia - MG
Estes baloteiros de plantão não param de falar bobagem... agora os fungos da ferrugem passaram a respeitar as divisas dos estados..maravilha..conseguiriam de que forma!!!!! o fungo chega a Rio Negro e OPA TCHE... so vamos até o rio... não entramos em MAFRA... os tecnicos nos ensinaram a is até aí.. enquanto isto em União da Vitoria eles respeitam e não entram em Porto Uniao... MARAVILHA... MILAGRE.. chega de idiotices..
Esses baloteiros escrevem bobagens, escrevem mentiras também, e as vezes mentiras intencionais----Todos eles desfraldam a bandeira da democracia e vendem essa ideia como a soluçao mais justa e mais logica de administração de uma sociedade-----A BASE DA DEMOCRACIA E' O DIALOGO, QUE SEMPRE TERNINA COM O A APROXIMAÇAO DAS DIVERGENCIAS, TAMBEM CONHECIDA COMO NEGOCIATA----POR ISSO A DEMOCRACIA E' A MAE DA CORRUPÇAO--
Fernando Engler Palotina - PR
Discordo tecnicamente destas ações para barrar a ferrugem asiática, pelos seguintes aspectos: 1) as medidas recomendadas estão sendo praticadas há várias safras e não se tem visto reduzir o problema; 2) a ferrugem tem severidade variável no Estado do Paraná em função das condições climáticas; 3) as carboxamidas já apresentaram problemas de eficiência em seu primeiro ano de mercado (3 safras atrás no Paraguai), o que mostra que não houve mutação, havia variabilidade genética não percebida (!!!) nas avaliações preliminares ao lançamento dos produtos; 4) vazio sanitário não surte efeito no Paraná porque as condições climáticas não são favoráveis ao desenvolvimento da doença entre os meses de maio a novembro... As medidas que deveriam ser adotadas com urgência pelos órgãos governamentais para reduzir o problema a níveis aceitáveis é: A) Organizar a época de plantio por regiões no Estado do Paraná, concentrando os plantios em no máximo 30 dias por região; B) Proibir o plantio em épocas onde o desenvolvimento vegetativo é acentuado, o que facilita o desenvolvimento da doença e dificulta o controle, pois a massa da cultura impede a penetração da calda de pulverização (detalhe que na safrinha isso não ocorre, o problema está nos plantios de novembro e dezembro); C) Quebra da patente dos produtos eficientes quando forem misturados com produtos multissítio, formando misturas não disponíveis no mercado atualmente...
Sr. Fernando, lendo os seus comentários sobre o tema, notá-se que o Sr. tem um vasto conhecimento sobre o mesmo. Sou, "um caroço de caju" sobre o assunto, mas gostaria de fazer uma pergunta. ... As empresas de pesquisas não conseguiram desenvolver uma cultivar resistente a esse fungo até hoje, porque ? ... É impossível ? ... No trigo existia um cultivar BRS 208 resistente as manchas foliares, no café são vários cultivares resistentes à ferrugem. ... Enfim, a commodity soja é o produto que mais gera divisas ao país, entre as commodities agricolas, sendo o país cantado em verso e prosa como o "Celeiro do Mundo", é estranho que diante da incompetência do Ministério da Agricultura em proteger a cultura, devia o Ministério da Defesa tomar as rédeas da situação e, trabalhar para conseguir um material genético livre dessa dependência da pesquisa de desenvolvimento de novas moléculas para controle da doença, pelas empresas multinacionais. ... Acho que seria uma realidade menos estressante para todos.
Sr. Rensi, as ferrugens pertencem a um grupo de fungos que possui ampla variabilidade genética, o que dificulta a obtenção de variedades resistentes, pois surgem raças da doença resistentes com facilidade... Na verdade as raças já estão lá misturadas, apenas selecionamos as resistentes quando colocamos uma variedade tolerante a parte delas... E o problema não ocorre só na soja, lembre das ferrugens do trigo, já lançaram uma infinidade de raças resistentes e isso se perde antes mesmo do novo cultivar chegar no agricultor... A única solução neste caso se chama barreiras fitossanitárias, que é não deixar entrar a doença no país, e o Brasil negligencia suas fronteiras, porém as barreiras só conseguem retardar a entrada deste tipo de patógeno, não podemos dizer que evitaria para sempre, mas realmente isso talvez seja melhor administrado pelo Ministério da Defesa... Depois de entrada a doença no país é partir para o controle e utilizar alguns mecanismos culturais que permitam à cultura tolerar mais a doença, uma medida é a boa fertilização, e isso não quer dizer colocar mais adubo, mas colocar o adubo na quantidade correta, a planta precisa estar nutrida adequadamente e para isso se recomenda uma análise de solo para estimar a adubação e uma análise foliar para verificar se a adubação esta correta e fazer a calibração fina; alguns produtos protetores (fosfitos) estão sendo oferecidos no mercado, que dizem fortalecer a planta para enfrentar os diferentes patógenos, porém não há dados suficientes para dizer se são verdadeiramente eficientes, necessitando de mais pesquisa a respeito, e utilizar de fungicidas adequados, os primeiros fungicidas desenvolvidos para controlar a ferrugem da soja utilizaram 60% da dose do triazol e 80% da dose da estrobilurina, um erro grotesco... Sob este aspecto é interessante ressaltar que as multinacionais levaram uma surra da Phytophthora na batata e no tomate, lançando produtos sistêmicos seletivos em sequência e vendo estes perderem a eficiência em poucas safras, só encontrando solução quando ofertaram ao mercado suas moléculas misturadas com produtos multissítio (mancozeb, oxicloreto de cobre, clorotalonil, etc)... A história se repete, tanto nos fatos como nos erros cometidos...
CORREÇÃO: ...lembre das ferrugens do trigo, já lançaram uma infinidade de VARIEDADES resistentes e isso se perde antes mesmo do novo cultivar chegar no agricultor...
Caro Fernando..estou a um tempo fora do setor...se não me engano...mancozeb..é Manzate..
Exatamente, a solução está nos produtos das décadas de 50 e 60, que já estão com as patentes vencidas e não rendem royalties às multinacionais, são baratos e podem ser produzidos por diversas empresas, o que aumenta a oferta do produto e abaixa os preços, o que é interessante aos produtores mas não para as revendas... Quase não tem interesse econômico por detrás dessas decisões políticas prá lá de suspeitas...
Está claro então as mentiras de CIENTISTAS neófitos..cegos..turbinados..petrobrasilados...
tinha um problema numa pequena pareira que tenho...sei que no passado se usava manzate..dithane..e similares para seu controle(decada de 70)....mas fui buscar informaçoes em material da embrapa e peguei o top...resultado uma porcaria...bem ai fui a uma agropecuaria e busquei manzate..AREZORVEU TCHE...baratinho..uma aplicação e zé fini...isto prova suas colocaçoes FERNANDO ENGLER..
SE BEM ENTENDI OS LABORATORIOS INVENTAM NOVAS MISTURAS PARA PODER USUFRUIR OS ROYALTIES E AS VENDEM COMO MELHORES APÉSAR DA REALIDADE MOSTRAR O CONTRARIO----
Não é bem assim... Não vamos exagerar... Temos ótimos produtos novos, porém a coisa está se perdendo porque eles estão pesquisando apenas produtos específicos, que agem apenas em um sítio de ação e isso facilita a seleção de resistentes... Os produtos antigos atuavam em diversos sítios do alvo e dificultavam a seleção dos resistentes... Além disso, acaba a patente e já inventam algum problema no produto para retirar do mercado e colocar o alfa-produto ou gama-produto, ou zeta-produto, tudo para manter os royalties...