USDA divulga primeiros números da safra americana e aumento de 2 mi/ha na área de soja pode resultar em uma safra de 125 mi/t
Nesta quinta-feira (23), o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) apresentou mais um dia de sessão negativa para a commodity, perdendo um suporte importante para o vencimento maio em um dia de muitas notícias baixistas.
De acordo com Ginaldo de Sousa, da Labhoro Corretora, o histórico de queda veio ao longo de toda a semana e a recuperação esperada para hoje, em função do feriado ocorrido na segunda-feira (20), não ocorreu.
No Brasil, a colheita avança de maneira rápida, com 45% da soja colhida no momento. Na Argentina, por sua vez, o clima é favorável e ideal para as lavouras. Além disso, a questão do dólar no Brasil também pesa para a formação de preços.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), por sua vez, fez hoje o Outlook da nova safra americana, com previsão de plantio de 88 milhões de acres para o país, 5 milhões a mais do que na safra atual. O milho, por sua vez, teve uma área reduzida de 94 milhões de acres para 90 milhões de acres. Estes fatores, considerados negativos para o mercado, contribuiram para a queda nas cotações.
A partir dessas estimativas, os Estados Unidos têm potencial para chegar a 125 milhões de toneladas na safra 2017/18, 15 milhões de toneladas a mais do que na safra atual. Somado à América do Sul, o número total de produção de soja poderia ser de quase 300 milhões de toneladas.
O Outlook também divulgou uma média de preço de US$9,60/bushel para a próxima safra, o que Ginaldo considera "um número razoável". Ele destaca que a sua opinião "não é baixista e, sim, realista": "se não houver problemas climáticos que venham mudar a redução do plantio, vamos ter, seguramente, preços mais baixos", disse.
Perspectivas
Com as safras se confirmando na América do Sul, a tendência do mercado é seguir em queda até o final de abril. Ginaldo acredita que, neste momento, a soja, de acordo com os fundamentos, já deveria estar abaixo dos US$10/bushel, mas os fundos ficaram comprados e carregaram essa posição apostando em problemas climáticos na América do Sul. No entanto, "a tendẽncia do mercado, hoje, é romper os 10 dólares", aponta.
A China continua comprando nos Estados Unidos porque os prêmios estão mais baratos do que na América do Sul. No entanto, os produtores, em breve, terão de vender seus produtos no Brasil e, consequentemente, os prêmios poderão sofrer uma queda.
A comercialização do Brasil, por sua vez, "não está tão atrasada", mas o número de soja colhida e de soja comercializada é praticamente o mesmo - ou seja, a comercialização não evoluiu nos últimos 15 dias.
Com isso, os produtores que decidirem segurar a sua soja podem encontrar, mais para a frente, um custo mais caro e preços mais baratos.
1 comentário
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Daniel Saldanha Camargo Ponta pora - MS
Parabéns pelo cometário, nem pessimista nem otimista, realista. Agora tem analista utópico que já falava em soja em 13 dólares por causa da demanda.