Com chuvas constantes em MT, algumas lavouras de soja já registram perdas de produtividade

Publicado em 13/02/2017 11:32
Confira a Entrevista de Paulo Assunção - Consultor Agronômico
Lavouras já estão brotando e grãos ardidos serão descontados dos produtores rurais. Áreas cultivadas tardiamente também sofreram com a falta de luminosidade. Agricultores devem estar atentos à ferrugem asiática, que ainda pode causar perda no rendimento das plantações. Caso o clima não melhore, safrinha de milho poderá ser cultivada fora da janela ideal.

Diante das chuvas constantes, a colheita da soja da safra 2016/17 está paralisada em muitas localidades do estado de Mato Grosso. Inclusive, muitos produtores já relatam problemas com grãos ardidos. Na região de Campo Novo do Parecis, por exemplo, o volume acumulado de precipitação já supera os 400 mm nos últimos três dias.

Segundo o consultor da PA Consultoria Agronômica, Paulo Assunção, muitas áreas de Sapezal, Campos de Júlio, Diamantino, Brasnorte e Tangará da Serra já registram perdas consolidadas em decorrência do cenário climático. “As lavouras que estão prontas para a colheita e que receberam chuvas na última semana podem apresentar uma perda entre 4 a 5 sacas de soja por hectare”, destaca.

Além disso, o especialista reforça que também há uma redução no peso dos grãos colhidos. “E, antes das chuvas estávamos com uma produtividade média próxima de 70 sacas de soja por hectare. Cenário bem diferente do registrado no ano anterior”, diz Assunção.

Paralelamente, os produtores têm colhido a soja com maior percentual de umidade. “Com isso, teremos um custo maior com a secagem desses grãos nos armazéns. Sem contar que as lavouras cultivadas tardiamente também sofreram com a falta de luminosidade e podem apresentar um rendimento menor”, explica o consultor.

Ferrugem Asiática

Outra apreensão dos agricultores nesse instante é a alta incidência da ferrugem asiática nas lavouras. De acordo com dados do Consórcio Antiferrugem, o estado já registra 32 casos da doença nas plantações da oleaginosa. “Com esse tempo, os produtores não têm conseguido realizar as aplicações nos momentos recomendados”, acredita Assunção.

Escoamento da safra

As chuvas volumosas também comprometeram as estradas em muitas regiões mato-grossenses. “Esse é mais um agravante para essa safra, tivemos muitos caminhões tombados e com dificuldades em trafegar por essas estradas. É difícil traçar uma alternativa, já que a soja apodrece rápido e o silo bag não seria uma opção nesse cenário”, orienta o consultor.

Milho safrinha

Consequentemente, o plantio do milho safrinha também caminha lentamente em muitas regiões do estado. No caso do cereal, os produtores têm até o dia 20 a 25 de fevereiro para finalizarem os trabalhos nos campos. Porém, para que a janela ideal seja cumprida, o consultor destaca que as chuvas precisam dar uma trégua essa semana.

E, por enquanto, as previsões ainda indicam chuvas nos próximos dois dias, com volume acumulado entre 40 mm a 50 mm. “Ainda temos uma grande área para plantar, mas acreditamos que os produtores irão investir na cultura mesmo que passe da janela ideal, já que as sementes foram adquiridas”, pondera.

Em relação ao milho, o cultivo fora da janela traz mais risco para cultura devido ao regime de chuvas em Mato Grosso. Outra preocupação é o preço do cereal, na localidade, as cotações baixaram e a saca é cotada entre R$ 15,00 a R$ 16,00 para entrega entre julho e agosto. 

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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