Em Diamantino (MT), preços da soja reagem e produtores retornam aos negócios
Diante da recente valorização dos preços na Bolsa de Chicago (CBOT) e no dólar, os preços da soja reagiram na região de Diamantino (MT). Com isso, alguns produtores voltaram a negociar antecipadamente a commodity, com valores entre R$ 67,00 a R$ 68,00 a saca do grão. Contudo, os agricultores ainda seguem mais cautelosos em relação à comercialização da oleaginosa.
O delegado da Aprosoja e diretor do sindicato rural do município, Altemar Kroling, destaca que, em meio aos custos de produção elevados, muitos produtores ainda aguardam um patamar acima de R$ 70,00 a saca da soja para retornarem aos negócios. “Precisamos de um nível mais alto para dar margem aos agricultores. Isso sem contar as dívidas da safra passada e o índice de endividamento elevado”, diz.
No caso da produção, as lavouras de soja apresentam, até o momento, bom desenvolvimento. Após a preocupação com as chuvas irregulares no plantio do grão, as precipitações voltaram a beneficiar as plantações. Frente a esse quadro, a perspectiva é que o rendimento médio da soja fique próximo de 54 sacas por hectare, ainda segundo projetado pelo Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).
“Em relação às pragas, especialmente as lagartas temos um cenário um pouco mais tranquilo até o momento. Porém, os produtores estão atentos ao aparecimento da mosca branca e da ferrugem asiática nas lavouras. Os agricultores já têm realizado aplicações preventivas”, afirma Kroling.
Inclusive, o estado confirmou nesta quarta-feira (7) o primeiro foco de ferrugem asiática em lavoura comercial de soja da temporada 2016/17. O caso foi registrado em União do Sul, mais ao norte de Mato Grosso e, atestado pela doutora em fitopatologia e produtora rural de Claudia, Roseli Giachinni.
Safrinha de milho
Apesar do foco na soja, os produtores já planejam a safrinha de milho e, cerca de 85%, das compras já foram realizadas. “Iremos investir no cereal e tentar garantir produtividade para compensar os preços mais baixos. E, assim como na oleaginosa, os custos de produção do milho estão mais altos, principalmente as sementes”, sinaliza o delegado da Aprosoja.
No cereal, alguns negócios foram realizados com a saca entre US$ 4,80 até US$ 5,00. Já no mercado físico, os valores recuaram e, atualmente, giram em torno de R$ 24,00 a R$ 25,00 a saca. “No próximo ano, se houver lucratividade no milho será pequena”, acredita Kroling.
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