Soja em Chicago deve ficar entre US$9,80 a US$10,10 nos próximos meses e câmbio pode ser a diferença para os negócios no Brasil

Publicado em 11/11/2016 16:51
Confira a entrevista de Ginaldo de Sousa - Diretor da Labhoro Corretora
Mercado da soja em Chicago tem um dia de muita oscilação em Chicago, mas predomina tomada de lucro dos investidores, recuando para preços abaixo dos US$ 10,00/bushel

A semana foi marcada por "fortes emoções" para o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), com relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trazendo uma expectativa de número recorde das produção para 118,69 milhões de toneladas e a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, fator que surpreendeu o mercado financeiro como um todo.

O analista da Labhoro Corretora, Ginaldo de Sousa, analisa a situação semanal: "na segunda feira tivemos um mercado morno, na terça-feira, um relatório de supply demand muito baixista, que deveria ter derrubado o mercado muito mais, entretanto, os fundos estavam bastante comprados. Na quarta, tivemos o Efeito Trump, quando as bolsas entraram em colapso, os mercados subiram e as commodities subiram. Na quinta-feira os mercados tiveram recuperação nas bolsas e Chicago acompanhou. Hoje, os fundos que entraram em novas posições na quarta começaram a 'desovar'. Não foi somente nas commodities, tivemos quebra em outros setores, como os metais".

Hoje (11), o mercado começou trabalhando com até 16 pontos de alta e chegou próximo ao final do fechamento com 12 a 13 pontos de baixa. "É uma semana tumultuada, mas a gente tem que respeitar naturalmente o mercado. Ele é soberano e sabe o que vai fazer", diz o analista.

Ele aponta que o cenário para os próximos meses ainda vai "depender muito do que vai acontecer", principalmente da política que os Estados Unidos irão adotar quando ocorrer a posse de Donald Trump. Fora isso, os produtores americanos devem tentar segurar o máximo possível de suas produções, na esperança de que ocorram problemas climáticos na América do Sul.

Neste momento, portanto, o mercado não possui potencial de queda. O analista acredita que o nível de US$9,50/bushel deve ser respeitado no desenrolar deste ano. Em 2017, com definições mais concretas das safras sul-americanas, "será outra história".

"Com estoque de 480 milhões de bushels nos Estados Unidos, não podemos nos iludir que a soja tem um grande potencial [de alta] se não houver um problema climático na América do Sul", aponta. Embora o mercado seja fundamentalmente baixsta hoje, não há um grande potencial de baixa, entretanto.

Um nível considerável de perda na América do Sul que poderia fazer diferença de preços é o de 10%, segundo ele, que representariam 16 milhões de toneladas perdidas.

Neste momento, o câmbio, entretanto, ajuda o produtor. De acordo com Ginaldo, foram registradas vendas no interior de estados como Maranhão, Piauí e Bahia em torno de R$76,32.

Para ele, é importante que o produtor fique atento aos fatores que ainda serão importantes na definição dos preços para tomar as suas decisões de venda.

 

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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