Demanda segue forte e preços firmes para soja em Chicago. Mas mercado depende de novidades para buscar patamares mais elevados
Nesta sexta-feira (14), o mercado apresentou uma segunda sessão de alta, com patamares chegando a quase US$9,70 o bushel, após a divulgação dos números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que confirmaram a produção recorde dos americanos.
De acordo com Carlos Cogo, analista da Consultoria Agroeconomica, o comportamento do mercado é "surpreendente", mas não aponta uma tendência de alta. A precificação da safra recorde já vinha acontecendo nos 15 dias anteriores, mas, uma vez em que o USDA aumentou os números de exportação, a demanda firme segura os números do mercado, mesmo com recuo por parte da China em dezembro. No entanto, o USDA também aumentou os estoques de passagem, o que faz com que o mercado esteja equilibrado entre oferta e demanda.
Os Estados Unidos vêm de um cenário do qual houve grande demanda pela soja, uma vez que houve queda na última safra da Argentina e quebra de safra no Brasil. Esta demanda, portanto, foi toda direcionada para os americanos, fator que oferece grande sustentação para as cotações futuras na bolsa de Chicago.
A partir de 2017, a presença dos números mais efetivos de safra para a América do Sul poderá trazer novidades para o mercado. A preocupação, neste momento, se dá com a indefinição dos meteorologistas a respeito do fenômeno da La Niña, que pode trazer risco de estiagem para os países do Cone Sul, o que levará o mercado a colocar prêmio de risco.
O mercado, no entanto, deve levar em consideração os números da América do Sul a partir de novembro, quando também devem somar-se outros fatores para a precificação, como a quebra de área na Argentina.
Neste momento, o recomendado aos produtores brasileiros que querem vender sua soja é aguardar por melhores preços. Caso haja a necessidade de realizar algumas operações, como as operações de Barter, o recomendado é que os negócios sejam feitos em dólar.
Para a safra velha, o mercado está parado, uma vez que não há demanda do mercado interno. O óleo de soja encontra um mercado mais firme, com boas cotações, mas o farelo sofre os reflexos da retração no setor de proteína animal, o que anulou o aumento de preços na entressafra.
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