Soja: Em Passo Fundo (RS), falta de chuvas compromete produtividade das lavouras tardias; colheita chega a 90%
Na região de Passo Fundo (RS), a colheita da soja chega ao final, com cerca de 90% da área colhida. As lavouras precoces registraram bons resultados, com média de produtividade de 60 sacas do grão por hectare. Contudo, as plantações cultivadas tardiamente foram prejudicadas pela falta de chuvas. Com isso, a perspectiva é de redução no rendimento dessas plantas.
De acordo com o produtor rural do município e presidente da Associação dos Cerealistas, Dilermando Rostirolla, a soja tardia registra umidade entre 9% a 10%. “É uma perda muito grande. A safra não foi como queríamos, quem colheu primeiro obteve boa produtividade e vendeu bem, já quem colhe agora enfrenta o problema com o clima e a queda nas cotações”, destaca.
Com a recente alta do dólar, os preços subiram e giram ao redor de R$ 59,00 a R$ 60,00 a saca. Ainda assim, o produtor destaca que a estratégia é tentar vender com preços mais altos. “As cotações estão melhores agora. Se tivéssemos o câmbio ao redor de R$ 2,20, como no ano passado, teríamos a saca abaixo dos R$ 50,00. E também precisamos começar a fazer as contas para a próxima safra, já que com a valorização do dólar, os custos estão mais altos”, explica.
Ferrugem Asiática
Rostirolla ainda destaca que o aparecimento da ferrugem asiática nas lavouras de soja foi a grande preocupação dos produtores nesta temporada. Com isso, os custos de produção também subiram, uma vez que os agricultores realizaram até 5 aplicações para controlar a doença.
“Não se pode dormir na palha, pois depois que a doença está na lavoura a quebra é grande. Com relação às pragas, os produtores tiveram muito cuidado, especialmente com a Helicoverpa, e fizeram o controle”, afirma Rostirolla.
Trigo
Com a quebra na última safra e os preços mais baixos, a perspectiva é de redução de mais de 20% na área cultivada com o trigo em Passo Fundo. E, apesar da qualidade ruim, os agricultores conseguiram vender boa parte do trigo para países da África e da Ásia.
“O Brasil precisa de 12 milhões de toneladas de trigo e não conseguimos colher esse número. Os moinhos estão buscando um produto de qualidade e já há negócios a R$ 700,00 a tonelada. A saca é cotada acima dos R$ 30,00 na região, o produto de melhor qualidade, a cotação chega a R$ 40,00. Porém, os custos são elevados, precisamos ter bons preços e colher bem”, finaliza o produtor.
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