Soja: Em MS, produtividade média ficou ao redor de 49,9 sacas por hectare, acima dos últimos anos
Os produtores do estado de Mato Grosso do Sul finalizaram a colheita da soja, safra 2014/15, no início dessa semana. E, apesar das grandes preocupações em relação ao clima adverso, desde o começo do plantio do grão, a produtividade média das lavouras ficou ao redor de 49,9 sacas por hectare, acima da média dos últimos três anos.
Segundo o analista técnico da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuário de Mato Grosso do Sul), Leonardo Carlotto, no total, os agricultores conseguiram colher 6,8 milhões de toneladas da oleaginosa nesta temporada. “De certa forma, o atraso foi benéfico para a produção. Porém, se não tivéssemos enfrentado problemas com o clima, a safra poderia ter alcançado 7 milhões de toneladas”, destaca.
Em contrapartida, a comercialização da safra de soja segue um pouco mais lenta esse ano e, registra um atraso de 15% em relação ao mesmo período de 2014. Até o momento, cerca de 38% da produção já foi negociada, conforme ressalta o analista. “É importante que, os produtores façam a venda do produto para realizar o planejamento da próxima safra, que já registra custos mais altos. E mais do que os fertilizantes, o que mais subiu foi o combustível”, afirma Carlotto.
Milho
Paralelamente, as lavouras de milho safrinha no estado apresentam boas condições até o momento. Frente ao atraso na cultura da soja, em torno de 30% da produção do cereal foi cultivada fora da janela ideal. Consequentemente, a perspectiva é que haja uma redução de 500 mil toneladas do grão na produção total de MS.
“Deveremos colher ao redor de 7,5 milhões de toneladas de milho, contra 8 milhões de toneladas no ano anterior. Os agricultores também devem estar atentos com o clima, já que não há previsão de chuvas nos próximos dez dias e as geadas no final do clico, quando a cultura estará na fase de pendoamento ou embonecamento, poderão afetar o desenvolvimento das lavouras, especialmente no sul do estado”, orienta o analista.
Além disso, a lagarta do cartucho também já começa a preocupar os produtores, não só no estado, mas em outras localidades produtoras. Já os preços giram ao redor de R$ 24,00 a R$ 25,00 a saca. “Mas sabemos que o valor recua no final da safra e início da colheita. Esperamos que as cotações permaneçam entre R$ 20,00 a R$ 21,00 a saca, valores que não são tão favoráveis em função dos custos mais elevados. Desde o início da cultura já pegamos o dólar mais alto”, acredita Carlotto.
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