Mobilização em repúdio à prisão de produtores em MS traz de volta discussões sobre as invasões e demarcações de terras indígenas
Em junho de 2016, um confronto entre indígenas e produtores rurais na Fazenda Yvu, em Caarapó (MS) resultou na morte de um indígena e na prisão de cinco produtores, que foram presos e, depois, soltos para responder ao processo em liberdade.
Agora, na última quinta-feira (28), estes produtores voltaram a ser presos sem que houvesse a ocorrência de nenhum fato novo em torno dessa questão, como destaca Antônio Humberto Maran, presidente do Sindicato Rural de Caarapó (MS), que qualifica a nova ordem como "estranha".
Ele lembra que logo após o conflito, no qual produtores rurais se uniram para defender a propriedade invadida, estes cinco produtores foram indiciados e acusados de serem os líderes da movimentação. Após 79 dias presos, eles foram libertados e, durante todo esse tempo, não houve nenhum outro incidente envolvendo indígenas e produtores na região.
Como lembra Maran, estes produtores foram presos em um momento no qual o plantio da safra de verão estava sendo iniciado, deixando de atender às suas atividades. Quatro deles são proprietários em Caarapó e outro na cidade vizinha de Laguna Carapã.
Foi realizada uma reunião juntamente com as famílias destes produtores que estão presos, da qual saiu a decisão de realizar uma manifestação para comunicar o ocorrido para a sociedade de maneira geral. Essa manifestação ocorrerá no próximo sábado, 07 de outubro, às 8h, na Avenida Marcelino Pires, em Dourados (MS).
Ele salienta que esta será uma manifestação pacífica e sem agredir o outro lado, já que "cada um tem sua causa".
Hoje, são 17 propriedades invadidas na região, sendo 10 de pequenos produtores, que possuem abaixo de um módulo rural (40 hectares).
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