Soja desaba em Chicago com compras chinesas no Brasil. Dólar recua perto de R$ 5,50. Vendas paradas
Dólar tem maior queda diária em quase 2 meses ante real com apetite por risco global
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar registrou sua maior perda diária em quase 2 meses contra o real nesta sexta-feira, encerrando a semana no vermelho após dados melhores do que o esperado sobre o emprego norte-americano desencadearem uma onda global de apetite por risco, enquanto a PEC dos Precatórios continuou no radar doméstico.
O dólar spot encerrou o pregão em queda de 1,53%, sua maior desvalorização diária desde o dia 9 de setembro deste ano (-1,80%). Na semana, que não teve negociações na terça-feira devido a feriado, a moeda caiu 2,12%, perda semanal mais acentuada desde o período findo em 27 de agosto (-3,5%).
Enquanto isso, na B3, onde os negócios continuavam, o dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 1,50%, a 5,5475 reais.
O bom humor tomou conta de mercados ao redor do mundo nesta sexta-feira, após dados do Departamento do Trabalho dos EUA mostrarem que a criação de vagas de trabalho nos EUA aumentou mais do que o esperado em outubro, conforme as infecções por Covid-19 durante o verão no Hemisfério Norte diminuíram.
Foram criados 531 mil postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado. Economistas consultados pela Reuters esperavam abertura de 450 mil vagas.
Os dados, recebidos por investidores como saudáveis mas não altos o suficiente para pressionar o Federal Reserve a apertar sua política monetária mais cedo do que o esperado, impulsionaram as ações globais -- os três principais índices de Wall Street fecharam em máximas recordes, segundo dados preliminares -- e moedas de países emergentes no dia, enquanto o índice do dólar devolveu totalmente ganhos registrados no início do pregão.
Além disso, os rendimentos dos Treasuries, os títulos do governo dos EUA, registravam baixa, com a taxa de dez anos chegando a tocar seu patamar mais baixo desde 27 de setembro, de 1,45%. Rendimentos mais baixos nos EUA tendem a prejudicar a moeda norte-americana.
Anderson Meneses, CEO da Alkin Research, escreveu em post no Twitter que, "com restrições na cadeia de suprimentos e uma baixa taxa de participação, dados fortes de emprego podem significar uma estabilização da oferta com menor pressão inflacionária" nos EUA. A maior economia do mundo tem sofrido com pressões mais intensas sobre os preços devido a gargalos na cadeia de abastecimento e escassez de mão de obra.
No âmbito doméstico, a incerteza fiscal continuava no radar, em meio a planos do governo de fornecer auxílio de 400 reais para a população vulnerável em 2022. O plano para financiamento dos benefícios, batizados de Auxílio Brasil, é a PEC dos Precatórios, que foi aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados nesta semana com uma margem estreita.
A PEC --que altera regras do teto de gastos-- não é vista com bons olhos pelos mercados financeiros, uma vez que é considerada prejudicial para a credibilidade fiscal do país. Mesmo assim, a proposta passou a ser vista como a melhor saída possível para a incerteza que têm dominado os mercados nas últimas semanas em meio à pressão do governo por mais gastos.
"Se a PEC for aprovada, a visão predominante entre a maioria dos clientes é de que os riscos principais arrefeceriam consideravelmente e os preços dos ativos poderiam ficar mais alinhados aos fundamentos macroeconômicos", escreveu o Citi em relatório desta sexta-feira. Isso "provavelmente deixaria algumas das questões fiscais no passado e poderia abrir uma janela de maior calma nos mercados".
Nesta sexta-feira, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse não ter dúvidas sobre a aprovação da PEC dos Precatórios.
A proposta deve ser votada em segundo turno na semana que vem na Câmara. Se aprovada, seguirá para o Senado.
Ibovespa avança em semana com PEC dos Precatórios, balanços e Fed
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, assegurando um desempenho positivo na primeira semana de novembro, quando uma bateria de resultados corporativos dividiu as atenções com as negociações sobre a PEC dos Precatórios.
O movimento em praças internacionais avalizou a performance brasileira no período, com novas máximas em Wall St em meio a dados positivos da economia norte-americana, enquanto o Federal Reserve deu o primeiro passo para mudar sua política monetária, sem sobressaltos.
"Apesar de ter sido uma semana curta no Brasil, com feriado (na terça-feira), não deixou de ser intensa", resumiu o diretor de investimentos da BS2 Asset, Mauro Orefice.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou a sexta-feira com acréscimo de 1,37%, a 104.824,23 pontos, acumulando alta de 1,28% na semana, após duas perdas semanais seguidas.
Tal desempenho também veio após quatro meses consecutivos no vermelho, em que contabilizou declínio de mais de 18%. Em 2021, o Ibovespa ainda registra queda de 11,93%.
No Brasil, a tramitação da PEC dos Precatórios, que abre espaço fiscal para um programa social que vai durar até o final de 2022, quando o presidente Jair Bolsonaro deve tentar a reeleição, adicionou volatilidade na semana.
A aprovação apertada em primeiro turno na Câmara dos Deputados trouxe receio sobre se o texto passaria na segunda votação na Casa, necessária para seguir ao Senado. Nesta sexta, porém, o presidente da Câmara buscou amenizar os ânimos.
Arthur Lira (PP-AL) garantiu que a PEC será aprovada em segundo turno na Casa, inclusive com mais votos do que na primeira votação. A previsão é de que a votação ocorra na próxima semana.
Apesar das fortes críticas na ocasião do anúncio da proposta, o mercado se resignou de que a PEC é opção possível para a adoção do chamado "Auxílio Brasil".
"Ainda é ruim, mas é o menos ruim. E com um desfecho é possível precificar o tamanho do problema", afirmou um gestor de uma empresa ligada à previdência complementar. "A incerteza em torno dessa questão deixa o tamanho do estrago em aberto."
A safra de balanços também fez preço, com a semana incluindo os números de Itaú Unibanco, Bradesco, XP, Ultrapar, Cielo, Banco Inter, GPA, Embraer e Mercado Livre, entre outros.
A semana ainda contou com detalhes do IPO do Nubank nos EUA, avanço na fusão de Lojas Americanas com Americanas e escolha de consórcios com PetroRio para negociações com Petrobras.
Outro foco de atenção ainda se voltou para o leilão do serviço 5G no país, promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com Telefônica Brasil, TIM e Claro conseguindo os principais lotes.
Nos Estados Unidos, o banco central anunciou na quarta-feira redução do seu programa de compra de ativos a partir deste mês, mas reiterou a visão de que a alta inflação seria transitória e provavelmente não levaria a um aumento mais rápido dos juros.
Da agenda econômica norte-americana, o destaque ficou para o final da semana, com números do mercado de trabalho corroborando perspectivas positivas para a atividade econômica dos EUA no começo do quarto trimestre.
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Os destaques positivos na semana foram Banco Inter UNIT (+30,06%), Banco Inter PN (+26,82) e Lojas Americanas PN (+25,88%). Vale ON, com queda de 10,47%; GPA ON, com perda de 9,13%; e Usiminas PNA, com recuo de 9,06%, foram as maiores baixas.
O volume financeiro na bolsa nesta sexta-feira somou 31,5 bilhões de reais.
Wall Street bate recorde com forte relatório de empregos e novo medicamento para Covid
(Reuters) - Os principais índices de Wall Street fecharam em patamares recordes nesta sexta-feira e acumularam ganhos sólidos na semana após um forte relatório de empregos nos Estados Unidos e a divulgação de dados positivos para a pílula experimental da Pfizer contra Covid-19.
O S&P 500 e o Nasdaq registraram o sétimo fechamento recorde consecutivo. Os dois índices e o Dow Jones tiveram a quinta semana seguida de valorização.
Um relatório do Departamento de Trabalho mostrou que o emprego nos EUA aumentou mais do que o esperado em outubro, à medida que as infecções por Covid-19 desaceleraram durante o verão do hemisfério Norte.
Um estudo com a pílula antiviral experimental da Pfizer Inc para Covid-19 foi interrompido logo após a droga ter reduzido em 89% as chances de hospitalização ou morte para adultos em risco de desenvolver doença grave. As ações da Pfizer saltaram cerca de 11%.
A notícia manteve a corrida pelas ações depois que os investidores no início da semana digeriram a decisão do Federal Reserve de começar a reduzir suas compras mensais de títulos que foi estabelecida para apoiar a economia.
"O ímpeto que vimos esta semana continuou, e o relatório de empregos e o anúncio da Pfizer certamente estão fornecendo dados positivos para os investidores colocarem mais dinheiro no mercado agora", disse Chuck Carlson, CEO da Horizon Investment Services em Hammond, Indiana.
O Dow Jones subiu 0,56%, para 36.327,95 pontos, o S&P 500 teve alta de 0,37%, para 4.697,53 pontos, e o Nasdaq Composite avançou 0,2%, para 15.971,59 pontos.
Na semana, o S&P 500 subiu 2%, o Dow subiu 1,42%, enquanto o Nasdaq subiu 3,05%.
As ações de viagens avançaram após o anúncio da Pfizer, com o índice da S&P de linhas aéreas subindo 7%, e os operadores de cruzeiros Carnival Corp, Royal Caribbean Cruises e Norwegian Cruise registrando ganhos entre cerca de 8% a 9%.
"Ainda é cedo para ser definitivo, mas esta (pílula) parece uma verdadeira virada de jogo para muitos setores como lazer e transporte, você está vendo isso refletido nos preços", disse Andre Bakhos, diretor administrativo da New Vines Capital LLC em Bernardsville, Nova Jersey.
Entre os setores do S&P 500, energia e industriais lideraram, com alta de 1,4% e 1%, respectivamente.
Preços do petróleo sobem com preocupações de oferta após planos da Opep+ para produção
BENGALORE (Reuters) - Os preços do petróleo fecharam em alta nesta sexta-feira, impulsionados por novas preocupações com a oferta, depois que os produtores da Opep+ rejeitaram um apelo dos EUA para acelerar os aumentos de produção, mesmo com a demanda se aproximando dos níveis pré-pandemia.
O petróleo Brent subiu 2,20 dólares, para fechar em 82,74 dólares por barril, enquanto o petróleo dos EUA (WTI) avançou 2,46 dólares para 81,27 dólares.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia, conhecidos coletivamente como Opep+, concordaram na quinta-feira em manter seu plano de aumentar a produção de petróleo em 400.000 barris por dia a partir de dezembro. O presidente dos EUA, Joe Biden, havia pedido uma produção extra para aliviar a alta dos preços.
A decisão da Opep de manter o curso e a falta de uma resposta substancial do governo Biden fazem com que a alta do petróleo continue, disse Bob Yawger, diretor de futuros de energia em Mizuho.
Apenas um esforço coordenado, com a China e outros envolvidos, resolveria a falta de barris no mercado, acrescentou Yawger.
A Casa Branca disse que vai considerar todas as ferramentas à sua disposição para garantir energia acessível, incluindo a possibilidade de liberação de petróleo de reservas estratégicas.
"Os mercados sabem que a liberação de reservas estratégicas só pode ter um efeito temporário baixista nos preços imediatos e não é uma solução duradoura para um desequilíbrio entre oferta e demanda", disse o chefe de mercados de petróleo da Rystad Energy, Bjornar Tonhaugen, em nota.
Não tenho dúvidas que vamos aprovar PEC dos Precatórios e teto de gastos foi aprimorado, diz Sachsida
BRASÍLIA (Reuters) - O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, avaliou nesta sexta-feira que a regra do teto de gastos foi aprimorada na PEC dos Precatórios e disse não ter dúvidas que a proposta será aprovada no Congresso.
Em live promovida pela Genial Investimentos, Sachsida disse que a alteração na janela de correção do crescimento dos gastos públicos pelo IPCA do ano anterior, ante sistemática atual que considera os 12 meses acumulados até junho do ano anterior, representa um "avanço", já que uma parte importante das despesas obrigatórias da União é corrigida pelo INPC de janeiro a dezembro do ano anterior.
Ele defendeu ainda que numa democracia é necessário avançar em consenso e que, dentro desse consenso, a PEC dos Precatórios será aprovada.
"Não tenho a menor dúvida", afirmou.
Reabertura do caso Adélio vai permitir se chegar "no final da linha", diz Bolsonaro
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que a decisão judicial de reabrir o processo da facada nele vai permitir se chegar no "final da linha", ao ressaltar que considera que o atentado "não foi da cabeça" de Adélio Bispo de Oliveira, que o esfaqueou em Juiz de Fora (MG) em 2018.
"Vamos ter quebra de sigilo telefônico e fiscal, vamos chegar no final da linha", disse ele, durante evento no interior do Paraná. "Eu acho que não foi da cabeça dele", reforçou.
Na quarta-feira, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), com sede em Brasília, decidiu reabrir as investigações sobre as circunstâncias do atentado a Bolsonaro ocorrido durante a campanha de 2018.
O tribunal determinou a quebra dos sigilos do advogado Zanone de Oliveira Junior, que defendeu Adélio na época do atentado.
A conclusão das investigações oficiais do caso mostrou uma atuação solitária de Adélio, embora Bolsonaro insista que alguém teria arquitetado a ação criminosa.
MORO
Em uma estocada indireta no ex-ministro da Justiça e Segurnaça Pública Sergio Moro, Bolsonaro disse que o ex-titular da pasta não se empenhou em esclarecer o caso --ele fez essa mesma afirmação no depoimento que prestou na quarta-feira no inquérito em que é acusado de ter interferido na Polícia Federal. A suposta tentativa de interferência levou Moro a deixar o governo.
O presidente afirmou que agora a Polícia Federal tem um bom comandante e também um bom ministro da Justiça, diferentemente do passado.
Moro, que entrou para o governo no início da gestão e saiu em abril do ano passado após acusar Bolsonaro de tentar interferir na PF, vai se filiar na próxima semana ao Podemos para concorrer ao Palácio do Planalto, segundo uma fonte, e deverá ter o próprio ex-chefe como um dos adversários nas urnas.
ONS reduz projeção de chuvas em hidrelétricas, Sudeste ainda terá mais que a média
SÃO PAULO (Reuters) - O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reduziu levemente a projeção de chuvas para as áreas das hidrelétricas no Sudeste e Centro-Oeste em novembro, mas ainda considera que as precipitações nestas regiões ficarão acima da média, uma boa notícia para o país que lida com uma crise hídrica.
As chuvas no Sudeste/Centro-Oeste, onde estão as maiores hidrelétricas, agora estão estimadas em 104% da média histórica em novembro, ante 106% no relatório da semana anterior.
O ONS também reduziu a expectativa de precipitações no Nodeste, apontando volumes em 66% da média histórica em novembro, ante 76% na previsão da semana anterior.
Para o Sul, a projeção também foi reduzida a 58% da média histórica em novembro, ante 64% no relatório da semana anterior.
No que diz respeito à carga de energia, o ONS passou a ver aumento de 1,1% no Brasil em novembro, versus elevação de 1,4% na estimativa da semana passada.
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