A grande queda das commodities, anunciada há muitos meses, aconteceu na semana passada. Dá para se proteger dessas quedas??
A grande queda das Commodities, anunciada há muitos meses, aconteceu na semana passada.
A pergunta é: Dá para ganhar dinheiro com isso? Ou melhor, dá para se proteger dessas quedas??
(por Mauricio Bellinelo)
Primeiro vamos relembrar o que aconteceu….
No início de 2020 a China reduziu seu consumo drasticamente devido ao Covid. Uns 2 meses depois a China reabriu e começou a voltar aos níveis normais de consumo. No momento que a China começava a sua retomada, o mundo inteiro parava, com isso vimos um desequilíbrio entre oferta e demanda de algumas commodities.
Em maio de 2020, todas as Commodities especialmente agrícolas, estavam no fundo. Nesse momento o Banco Central do Brasil reduziu a taxa Selic, chegando à mínima de 2%.
Quando a Selic vai para 2%, o mundo inteiro começa a tirar dinheiro do Brasil, pois a relação risco/retorno já não era a mesma. Esse movimento de fuga de dinheiro de países menos desenvolvidos acabou jogando o dólar lá pra cima, chegando a R $5,98, sendo que em outubro de 2019 estava em R$3,80.
Ok, mas por que isso importa?
Nesse momento que as Commodities agrícolas estavam nas mínimas, o dólar estava em sua máxima histórica.
Como a exportação de commodities é favorecida pela alta do câmbio, o agricultor brasileiro vendeu quase tudo, inclusive vendeu a produção de 2021/2022. Na época a soja estava uns R$ 80,00 por saca.
Você sabe o que estava errado nessa conta? O que estava descasado?
Era o preço da soja em reais. O que estava errado era o “reais”. O que estava descolado eram os dólares.
No auge do ‘corona crash’ a soja estava cotado a USD 8,30 o bushel. Para você ter uma ideia do quão baixo é esse preço, ele é o mesmo preço que a soja estava em 2007, que é uma mínima histórica que remonta ao preço de 1973. Ou seja, o valor da soja havia voltado aos patamares de 48 anos atrás.
Nesse momento os produtores saíram vendendo como se não houvesse amanhã, só que o mundo todo estava em Lockdown, muita oferta com pouca demanda, a China não estava comprando ainda.
Quando a China resolveu começar a comprar, ela veio para o Brasil e comprou o que podia a USD 8,30. Após essa retomada de compra, com a escassez de produtos, a soja subiu e foi a USD 16,50 o bushel. Ou seja, a soja vai do inferno ao céu em basicamente 1 ano, dobrando de preço em dólares.
E esse preço, para onde foi agora, só foi repetido em setembro de 2012, que, inclusive, foi o período em que ela atingiu seu topo histórico.
A pergunta que fica é: quem foi o maior ganhador e o maior perdedor nesse processo?
Quem perdeu foi o agricultor que faz um ótimo trabalho da porteira para dentro, mas infelizmente não sabe se defender da porteira para fora. O problema disso é a desinformação. Pessoas que não sabem olhar preço, porque não aprenderam.
Além de todas essas questões do preço das commodities e alta do dólar, não podemos esquecer que muitos que estão ligados à área agrícola acabaram se aproveitando para aumentar as margens de lucros em vendas de insumos e maquinários, até mesmo os bancos oferecendo empréstimos com taxas pós-fixadas.
Muitos empréstimos adquiridos foram atrelados à taxa Selic, que na época estava 2%, hoje já está 4,25% e previsão de 8,5% para final de 2022.
Sabemos que para produzir não é barato, e a maioria recorre a esses empréstimos. O problema é que a maioria vendeu e vendeu cedo ou vendeu muito (p.ex., 70% da produção), ou seja, além de ter vendido barato ainda teve todos os custos da próxima produção elevados.
Agora vem a pergunta: Será que eles se protegeram para que não acontecesse o mesmo que aconteceu em 2020?
Nas últimas semanas, as coisas começaram a ficar estranhas. A China vinha reduzindo seus ritmos de compra. Começaram a sair relatórios do USDA com estoques estáveis, sem grandes perspectivas, áreas plantadas iguais ou subindo, a bonança estava perdendo o fôlego.
Na quinta, dia 09.06, começa um movimento de queda pequeno. No dia 17.06, abriu nos USD 14, e o pregão encerrou em USD 12,95. Do dia 14.03 para o dia 17.06 caiu 11% (não era máxima).
Ahhh..e o dólar também estava em queda desde março, chegando a uma queda de 15%.
Faz a conta: 15% no dólar + 11% na soja = dá 26%. Ou seja, quem não fez proteção, ou vendeu sua produção em março, hoje está perdendo 26%.
Quantos vocês acham que fizeram hedge da soja? Ou venderam no físico? Ou travaram a cotação do dólar?
Acreditem ... muitos não fizeram a proteção, e na semana passada quando somente num dia a soja caiu quase 8%, muitos já estavam desesperados, mas aí já era tarde demais.
Quem fez o hedge do dólar e da soja na hora certa, conseguiu vender soja em 17.06 a R$170/ R$180. A soja estava R$150/R$140, teve lugar vendendo a R$130. Eles venderam a mais de R$170. Quanto isso representa???
Commodities são cíclicas. Plantio, colheita e comercialização. Se você entender essas dinâmicas, além de se proteger, ainda pode ganhar muito dinheiro com isso e sem depender de outras pessoas para fazer por você. Quem entende dinâmicas cíclicas de mercado opera qualquer coisa que se mexa no mercado, tais como FII, renda fixa, ações, o que você quiser.
A pergunta que fica é: Será que essa é a última vez que isso vai acontecer com a soja?
Claro que não!
Mas e você, vai fazer o que? Vai aprender ou ficar olhando?
Não fique refém do mercado, não fique procurando culpados. O mercado não está nem aí pra você. Ele quer ganhar dinheiro.
Quem quer, acha motivo. Quem não quer, acha desculpa. O que é que você vai fazer?
Abração
Maurício Bellinelo
Trader de Mercado
Investment Advisor nos EUA
OBS: Sexta feira tivemos Boteco do Mau na versão São João. De graça, no Instagran @mauriciobellinelo. Falamos sobre o movimento do mercado financeiro. Veja lá.
Nike e bancos impulsionam S&P 500 para máxima recorde de fechamento
(Reuters) - O índice S&P 500 encerrou a semana em máxima recorde nesta sexta-feira, impulsionado pelas ações da Nike e de vários bancos, enquanto dados de inflação mais fracos do que o esperado aliviaram preocupações sobre uma redução repentina no estímulo concedido pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos).
As ações da Nike Inc avançaram 15,5%, para uma máxima histórica, depois que a fabricante de tênis projetou vendas para o ano fiscal acima das estimativas de Wall Street. Os ganhos dos papéis também ajudaram o Dow Jones a ficar na dianteira entre os três principais índices acionários.
Bank of America subiu 1,9% e Wells Fargo ganhou 2,7%, depois de o Fed anunciar que os grandes bancos foram aprovados no teste de estresse e não enfrentarão mais restrições relacionadas à pandemia na recompra de ações e no pagamento de dividendos.
O índice financeiro do S&P 500 ganhou 1,3% e teve o melhor desempenho entre 11 índices setoriais.
"Hoje é um pouco de realização de lucros em tecnologia e uma realocação para os bancos após os resultados dos testes de estresse", disse Dennis Dick, da Bright Trading LLC, acrescentando esperar que os bancos anunciem em breve o aumento dos dividendos.
O índice Dow Jones subiu 0,69%, a 34.434 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,333061%, a 4.281 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,06%, a 14.360 pontos.
Câmbio apreciado reflete fluxo turbinado por commodities e crescimento, diz Campos Neto
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou na quinta-feira que a recente trajetória de apreciação do câmbio brasileiro pode ser explicada, em parte, por uma melhora do fluxo financeiro.
Em entrevista coletiva remota para comentar o Relatório Trimestral de Inflação, Campos Neto disse que o aumento da entrada de recursos no país estaria refletindo uma reação defasada ao superciclo das commodities --evidenciada pelos números da balança comercial-- bem como por uma procura de investidores por ativos que combinem crescimento com estabilidade fiscal.
"O crescimento tem sido reavaliado para cima, e a trajetória da dívida bruta tem sido, também, reavaliada para melhor. Então, nesse movimento de reprecificação de fluxos mundiais, o Brasil se saiu melhor e por isso que, mais recentemente, tem tido fluxos maiores, o que, obviamente, têm impacto na trajetória do câmbio", explicou.
Ele também citou a tramitação da agenda econômica do governo, sugerindo que o noticiário em torno do andamento de reformas no Congresso pode ter influenciado positivamente o fluxo.
Questionado pela Reuters sobre se a autoridade monetária está "satisfeita" com o nível de valorização de real, em torno de 20% desde o mês de março, o presidente do BC voltou a pontuar que a dinâmica do câmbio é flutuante.
"Para o Banco Central, o câmbio é um 'input' e o que importa é o canal...do câmbio na inflação, na expectativa de inflação."
Na manhã desta quinta, o dólar acelerou queda contra a moeda brasileira, chegando a aproximar-se dos 4,92 reais. O real já acumula valorização de 5,6% frente ao dólar até o momento neste ano.
Juros terão de subir mais do que o previsto no Focus, indica Campos Neto
BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central precisará adotar uma política de juros mais restritiva do que a prevista pelo mercado no relatório Focus para garantir o cumprimenta da meta de inflação em 2022, afirmou na quinta-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Em entrevista coletiva à imprensa, ele lembrou que o balanço de riscos do Comitê de Política Monetária (Copom) para a inflação é assimétrico, ou seja, os riscos de que a inflação fique acima do projetado no próximo ano são maiores do que os riscos baixistas.
"Quando o balanço é assimétrico significa que você tem que elevar os juros acima do que está projetado no Focus", afirmou Campos Neto ao ser questionado se o BC terá que levar os juros acima do nível considerado neutro para garantir o cumprimento da meta de inflação em 2022.
As projeções do Focus incorporadas ao cenário-base do BC apontam Selic de 6,25% ao final deste ano e de 6,50% no fim de 2022. Campos Neto afirmou que a taxa real de juros neutra está atualmente em 3%.
O diretor de Política Econômica, Fabio Kanczuk, complementou o raciocínio de Campos Neto, lembrando que, no cenário do BC, o juro do Focus deixa a inflação de 2022 em 3,5%, centro da meta para o ano.
"Como há uma assimetria no balanço de riscos, isso significa que você tem que mirar uma inflação um pouco mais abaixo, tem uma gordurinha por causa da assimetria, você tem que praticar uma política monetária menos estimulativa do que os juros do Focus", afirmou.
O presidente do BC também negou que o Copom tenha evitado promover uma alta maior dos juros em sua reunião da semana passada pelo fato de não ter ainda comunicado ao mercado essa intenção. A Selic foi elevada em 0,75 ponto percentual, para 4,25%, mas na ata o colegiado informou que foi considerada a possibilidade de um aperto maior. O BC também informou a intenção de levar os juros para patamar considerado neutro.
Preços do petróleo sobem pela 5ª semana consecutiva, para máxima desde 2018, com forte demanda
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo avançaram para a máxima desde outubro de 2018 nesta sexta-feira, colocando ambas as marcas de referência em alta pela quinta semana consecutiva, com expectativas de que o crescimento de demanda irá ultrapassar a oferta e a Opep+ será cuidadosa ao retornar mais petróleo ao mercado a partir de agosto.
Os contratos futuros do petróleo Brent avançaram 0,62 dólar, ou 0,8%, para fechar em 76,18 dólares o barril, enquanto o petróleo dos Estados Unidos (WTI) avançou 0,75 dólar, ou 1,0%, para fechar em 74,05 dólares.
Esses foram os maiores fechamentos para ambas as marcas de referência desde outubro de 2018 e colocou ambos os contratos com ganhos acima dos 3% para a semana.
"Os preços do petróleo obtiveram forte alta com melhoria nos cenários de demanda e sobre expectativas de que o mercado irá permanecer apertado, com a possibilidade da Opep+ entregar apenas uma pequeno impulso na produção, no encontro ministerial de 1º de julho", afirmou Edward Moya, analista sênior de mercado na OANDA.
Toda a atenção está na Organização dos Países Exportadores de Petróleo, Rússia e aliados --conhecidos como Opep+--, que deve se encontrar no dia 1º de julho, para discutir a próxima flexibilização dos cortes de produção a partir de agosto.
Do lado da demanda, o fator mais importante que a Opep+ terá de considerar é o forte crescimento nos Estados Unidos, Europa e China, impulsionado pelo desenvolvimento dos programas de vacinação e reabertura da economia, de acordo com analistas.
A perspectiva das sanções do Irã sendo retiradas e mais petróleo iraniano atingindo o mercado a qualquer momento enfraqueceu, com representantes dos EUA afirmando que diferenças sérias permanecem sobre diversas questões em relação à conformidade de Teerã com o acordo nuclear de 2015.
Futuros do aço avançam na China; carvão e coque cravam ganhos na semana
PEQUIM (Reuters) - Os contratos futuros de aço e minério de ferro negociados na China avançaram nesta sexta-feira, enquanto o carvão metalúrgico e o coque acumularam ganhos de quase 5% na semana frente a um cenário de forte demanda nas usinas e aperto nas ofertas.
Os futuros mais negociados do coque na bolsa de commodities de Dalian, para entrega em setembro, saltaram 1,1%, para 2.827 iuanes (438,21 dólares) por tonelada, apurando alta de 5% na semana.
Já os futuros do carvão metalúrgico negociados em Dalian tiveram leve queda de 0,2% nesta sessão, a 2.045 iuanes por tonelada, mas cravaram ganho de 4,6% no acumulado da semana.
Os estoques de carvão coque mantidos por 100 usinas de coque e 110 usinas siderúrgicas, conforme pesquisa da consultoria Mysteel, recuaram em 3,2% na semana até quinta-feira, para 15,7 milhões de toneladas, em comparação com a semana anterior, devido a uma crise de oferta em meio a inspeções ambientais e de segurança na produção.
Os contratos futuros de referência do minério de ferro fecharam em alta de 1,2%, a 1.185 iuanes por tonelada. O preço "spot" do minério com 62% de teor de ferro recuou 2 dólares na quinta-feira, para 217 dólares/tonelada, mas subiram 3 dólares nesta sexta, de acordo com a consultoria SteelHome.
"Os preços do minério de ferro e do aço estão subindo mais uma vez... em meio à forte demanda da indústria siderúrgica chinesa e problemas de oferta nos maiores produtores globais", disse a Fitch Solutions em nota.
Ações da China têm ganho semanal com impulso do setor financeiro
XANGAI (Reuters) - As ações da China saltaram nesta sexta-feira, quebrando uma sequência de três perdas semanais consecutivas, impulsionadas pelos ganhos de grandes empresas financeiras.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 1,6%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 1,2%.
As empresas financeiras sustentaram o mercado, com o subíndice financeiro ganhando 1,7%.
. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,40%, a 29.288 pontos.
. Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,15%, a 3.607 pontos.
. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,63%, a 5.239 pontos.
. Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,51%, a 3.302 pontos.
. Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,55%, a 17.502 pontos.
. Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,06%, a 3.121 pontos.
. Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,45%, a 7.308 pontos.
0 comentário
STOXX 600 salta mais de 1% e atinge pico em uma semana com impulso do setor imobiliário
S&P 500 e Dow Jones atingem máximas de uma semana após dados de PMI dos EUA
Departamento do Tesouro dos EUA impõe sanções ao Gazprombank da Rússia
Atividade empresarial dos EUA atinge maior nível em 31 meses em novembro
Wall St ronda estabilidade antes de dados de atividade empresarial, com tensões geopolíticas em foco
BCE continuará reduzindo juros, mas discussão de dezembro deve esperar, diz Nagel