Saída do Reino Unido da UE causa pânico no mercado financeiro global. Quais as consequências disso para o Brasil?
A decisão referendada do Reino Unido em deixar a União Europeia (UE) trouxe pânico aos mercados financeiros nesta sexta-feira (24). A libra chegou a cair 10% ante o dólar, níveis vistos pela última vez em 1985; as ações mundiais perderam mais de 2 trilhões de dólares em valor; as bolsas chinesas recuaram mais de 1%; e no Brasil o dólar avançava 1,5% enquanto que a Ibovespa perdia mais de 2%.
O economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, afirma os reflexos da medida ainda não são claros em todos os setores e, provavelmente "levarão um bom tempo para ser digeridos".
Para ele a decisão, que teve uma grande repercussão negativa no mercado financeiro e traz impactos significativos na economia global, foi tomada com base em aspectos políticos, ganhando força sobre os fundamentos econômicos que são fundamentais nessas situações.
"Há uma preocupação de que isso possa gerar um efeito dominó, levando outros países insatisfeitos a saírem da União Europeia. Agora precisamos guardar para vermos os reflexos", destaca Vieira.
De imediato a decisão alterou a dinâmica do mercado financeiro que vinha com "apetite" em ativos de risco. Nesta sexta, todas as commodities operavam em baixa, em contraponto o ouro registrou seu maior ganho diário desde a crise financeira de 2008.
No Brasil - que passa por um momento politicamente frágil - "qualquer volatilidade na economia global tende a dificultar muito o trabalho da equipe econômica", explica Jason.
Por outro lado o economista ressalta a possibilidade de acordos bilaterais com o Reino Unido após a mudança, favorecendo a balança comercial brasileira.
Na questão cambial o Banco Central (BC) informou que adotará as medidas adequadas caso necessário para manter o funcionamento normal dos mercados financeiro e cambial após a saída do Reino Unido.
Mercosul
O Ministério das Relações Exteriores, José Serra, afirmou nesta sexta que discute a possibilidade de revogar uma decisão do Mercosul a fim de permitir que o país possa negociar acordos bilatérias de livre comércio de forma independente.
"Temos acordos atualmente que não vingam, são meramente políticos sem importância comercial, por isso é fundamental a busca de tratados de melhor qualidade para o Brasil", destaca o economista.
A decisão, de 2000, estabelece o compromisso dos membros do Mercosul de negociar de forma conjunta os acordos comerciais que incluem preferências tarifárias com terceiros países.
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