Semana deve ser de volatilidade para o dólar; foco no ajuste fiscal no Brasil e futuro da taxa de juros nos EUA
O dólar fechou em alta na segunda-feira (25) e atingiu a maior cotação do mês, reagindo a especulações sobre atritos no governo brasileiro relacionados ao ajuste fiscal e a expectativas de que o Federal Reserve (banco central norte-americano) continua em vias de elevar os juros nos EUA.
Na máxima do dia, o dólar foi negociado a R$ 3,13 refletindo o contingenciamento de 69 bilhões no Orçamento Geral da União, anunciado na última sexta-feira (22). Para o economista, Roberto Troster o corte que deveria ser superior a 70 bi, e a ausência do Ministro da Fazenda Joaquim Levy no anúncio, mostram as divergências entre o governo e seus aliados na votação das medidas de ajuste fiscal que devem ser definidas até o último dia do maio.
"Essa semana será de um dólar nervoso, vai subir R$ 0,10 em um dia e cair R$ 0,10 no outro. Depois, se as medidas foram tomadas na direção certa, tem todas as condições para o dólar se estabilizar. Acredito que o dólar neste ano vai oscilar e estabilizar no patamar de R$ 3,10 a R$ 3,20", considera Troster.
O dólar em alta frente a uma cesta de moedas em todo o mundo, tem pressionado as cotações das commodities - em especial soja e milho - no entanto, segundo Troster as projeções mostram que as commodities não devem sofrer novas quedas no mercado internacional, "as perspectivas para o setor agrícola brasileiro são positivas na média vão crescer um pouco abaixo de 2% neste ano, e acima de 2,5% nos próximos anos, então o setor agrícola acaba sendo um propulsor da economia", afirma.
Diante dessa volatilidade, Troster orienta os produtores a realizar compras e vendas escalonadas para aproveitar os picos do dólar.
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