Espera pelo anúncio do Plano Safra 2015/16 gera temor e incerteza entre os produtores; expectativa de menos dinheiro e juros maiores
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar, disse na última terça-feira (12) que o Plano Safra 2015/16 está pronto para ser anunciado, mas confirmou que seu lançamento será adiado, por conta da chegado ao Brasil do primeiro ministro chinês, Li Keqiang.
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, havia afirmado no fim do mês passado, após reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, que a data para o lançamento seria no dia 19 de maio, mas após alegar problemas de agenda, fontes do Ministério informaram que o anúncio deve ficar para o dia 3 de junho.
Segundo Telmo Heinen, consultor em comercialização, a grande expectativa do setor agrícola é quanto à taxa de juros que será aplicada ao crédito do Plano Safra 2015/16. "Pela afirmação da Ministra Kátia Abreu, de que os juros serão neutros, aparentemente a taxa será semelhante à estimativa de inflação anual. Então se a estimativa for 8,5%, teoricamente a taxa de juros do plano safra seria de 8,5%", afirma.
No caso do pré-custeio - uma linha de crédito muito utilizada pelos produtores no inicio de cada ano para aquisição de insumos - Telmo explica que os bancos só teriam a obrigatoriedade de realizar esses empréstimos na mesma taxa de juros, caso esses recursos sejam provenientes exclusivamente do Plano Safra do ano anterior.
Neste ano, os bancos alegaram que não havia verba suficiente para liberação do pré-custeio, então fizeram um "mix" de verba do Plano Safra 2014/15 e recursos próprios da entidade, disponibilizados a juros livre. "Essa oferta de crédito neste ano ficou restrita, o juros que o banco está oferecendo, depois de muita pressão política, é de 18% a 20% ao ano", declara Heinen.
Diante desse cenário, as comercializações dos insumos têm ficado comprometida, muitos produtores estão preocupados com a viabilidade da produção, diante de aumento na taxa de juros, falta de crédito, inflação, elevação nos custos de produção, e preços não satisfatórios em algumas culturas.
Telmo orienta que em especial o produtor "que não tem recurso próprio, ele deve na medida do possível fazer contratos a termo para garantir a aquisição dos insumos principais, principalmente o adubo. E contar com o financiamento para manutenção e mão de obra da sua propriedade", conclui.
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