Dólar sobe forte e atinge maior patamar dos últimos 11 anos. No agronegócio, aumentar produtividade pode ser uma boa alternativa
O dólar subiu com força ante o real nesta sexta-feira (13). Logo no início dos negócios, chegou a superar R$ 3,21, e no começo da tarde disparou além da barreira de R$ 3,28, maior patamar dos últimos 11 anos.
De acordo com André Perfeito, economista da Gradual Investimentos, a alta do dólar é influenciada por dois cenários: interno e externo. "No plano doméstico, te um mal estar político muito grande. No entanto, acredito que isso não seja o principal influenciador, porque estamos em um momento de apreciação do dólar frente à maioria das moedas do mundo", explica.
Para ele, esse cenário de grande valorização do dólar é uma consequência inevitável de ajustes econômicos, que vai ajudar o país a exportar mais e principalmente importar menos.
Entretanto, o notado nos primeiros meses do ano é uma redução de exportação em quase todos os setores do agronegócio. Para isso, o economista considera ser decorrência da crise mundial, que reduz o potencial de compra em muitos países.
"Pode ajudar para exportar, mas pode atrapalhar quem importa, então teremos que ver como a sociedade vai absorver esse novo ponto de equilíbrio da nossa moeda", declara Perfeito.
Segundo ele no momento econômico que vivemos é preciso escolher as medidas, que podem favorecer um setor em detrimento de outro. "Será um período bastante difícil, se por um lado ajuda a importar menos - favorecendo o setor industrial, com menos concorrentes - por outro prejudica a modernização" considera.
No caso do agronegócio, a desvalorização do real pode não ser tão positiva, representando falta de investimentos e escassez de crédito, haja vista que a maioria dos insumos e maquinários agrícola são baseados nas cotações da moeda americana. Com isso, "o grande segredo é tentar aumentar a produtividade", afirma André.
Dessa forma, a medida mais eficaz para controlar a inflação é a elevação da taxa básica de juros, que neste ano, segundo o economista, deve alcançar o patamar de 13,5% a 14%, "para tentar atrair mais dólar e contrapor esse movimento" conclui,
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