Incerteza sobre plantio da segunda safra fomenta grandes valorizações para os preços do milho no Brasil
Incerteza sobre plantio da segunda safra fomenta grandes valorizações para os preços do milho no Brasil
A sexta-feira (21) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando novos ganhos na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações subiram até 2,7% neste pregão e flutuaram na faixa entre R$ 73,75 e R$ 85,10, acumulando valorização semanal de até 5,4%.
O Analista da Céleres Consultoria, Enílson Nogueira, aponta 2 fatores principais que estimularam as fortes altas nas cotações, especialmente nos últimos dias da semana, falta de oferta no mercado e atraso de plantio da safrinha.
Nogueira destaca que, por mais que a colheita da safra de verão esteja passando dos 30% neste momento, o montante produzido não é suficiente par atender toda a demanda interna, o que nos deixa em um período de entressafra mais alongado.
Olhando para a safrinha, o mercado já está precificando o risco de quebra de produção da segunda safra brasileira devido ao atraso no plantio. O analista ressalta que as atividades ganharam ritmo em fevereiro, mas os atrasos de janeiro foram muito grandes e Mato Grosso, por exemplo, está com duas semanas atrás do ritmo de semeadura normal.
Neste cenário, com a B3 acima dos R$ 75,00 e indicações de R$ 55,00 no Mato Grosso, Nogueira avalia que o produtor que ainda não avançou na comercialização pode se aproveitar deste momento para fechar parte das vendas. Mas, como a safra ainda é incerta, não é um momento para ter muita exposição no mercado.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
O vencimento março/25 foi cotado à R$ 85,10 com valorização de 2,78%, o maio/25 valeu R$ 80,16 com elevação de 1,96%, o julho/25 foi negociado por R$ 74,20 com alta de 1,02% e o setembro/25 teve valor de R$ 73,75 com ganho de 0,81%.
No acumulado semanal, as posições do milho brasileiro registram valorizações de 5,48% para o março/25, de 3,86% para o maio/25, de 1,55% para o julho/25 e de 1,03% para o setembro/25, com relação ao fechamento da última sexta-feira (14).

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registrou ganhos neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorizações nas praças de Castro/PR, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO e Campinas/SP.
Mercado Externo
Já na Bolsa de Chicago (CBOT), a sexta-feira foi de movimentações negativas para os preços internacionais do milho futuro, que recuaram até 1,5%.
Enilson Nogueira relata que as flutuações de baixa de hoje foram motivadas por um movimento de realização de lucros por parte dos investidores, após as últimas valorizações do cereal na CBOT.
De qualquer forma, o analista destaca que o cenário ainda é positivo também para o milho internacional, diante da redução de volume nos estoques mundiais de passagem ao final da safra 2024/25.
O ponto de atenção daqui para frente, será o relatório do Outlook Forum do USDA que deverá trazer as primeiras indicações para plantio da nova safra dos Estados Unidos. Na visão do Nogueira, a atual relação soja x milho está mais favorável ao cereal, o que pode indicar preferência do produtor norte-americano em aumentar a área de milho e reduzir a de soja, o que poderia trazer pressão para as cotações.
O vencimento março/25 foi cotado à US$ 4,91 com queda de 6,75 pontos, o maio/25 valeu US$ 5,05 com desvalorização de 7,75 pontos, o julho/25 valeu US$ 5,09 com perda de 7,25 pontos e o setembro/25 teve valor de US$ 4,77 com perda de 5,00 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira (20), de 1,36% para o março/25, de 1,51% para o maio/25, de 1,40% para o julho/25 e de 1,04% para o setembro/25.
No acumulado semanal, as cotações do cereal norte-americano registraram quedas de 1,01% para o março/25, de 0,74% para o maio/25 e de 0,34% para o julho/25, além de ganho de 0,47% para o setembro/25, com relação ao fechamento da última sexta-feira (14).

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