Milho: Risco de oferta mundo a fora ainda mantém cenário altista para os preços, afirma Céleres
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Entrevista com Enilson Nogueira - Analista da Céleres Consultoria sobre o Mercado do Milho
"Tanto no cenário global, quanto no cenário nacional, o que vemos é um cenário saturado de notícias negativas do ponto de vista de produção", afirmou o analista de mercado Enilson Nogueira, analista de mercado da Céleres Consultoria, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quinta-feira (19), justificando uma análise de um quadro ainda altista para as cotações do milho, apesar das correções que vêm se apresentando nos últimos dias.
Segundo Nogueira, as preocupações com a segunda safra brasileira - que será menor do que o inicialmente projetado - depois de uma frustração da safra de verão e da chegada de uma nova temporada com estoques muito apertados, além dos problemas que se apresentam para países produtores no Hemisfério Norte - que vão além do clima adverso - convergem neste momento e acendem ao mercado um sinal de alerta sobre a oferta global do grão.
"E quando juntamos a isso um cenário internacional bastante comprador, inclusive de milho brasileiro, com o cenário interno, não esperamos que esse seja um ano forte de recuperação de estoques. Ou seja, o segundo semestre e até mesmo o começo de 2023 sinaliza um período de preços ainda remuneradores para o produtor de milho", explica o analista.
No Brasil, os negócios agora estão um pouco mais calmos, mais lentos, esperando a chegada da oferta da nova safra. No entanto, Nogueira afirma que os exportadores seguem buscando garantir parte de suas compras, uma vez que também esperam estes preços mais altos para a segunda metade de 2022. "Teremos um segundo semestre com o produtor ainda com milho na mão, visto que parte da comercialização está atrasada, e com bons preços. É um cenário positivo para o produtor garantir boas margens conforme vai avançando a comercialização".
Na esfera internacional, o analista da Céleres destaca as preocupações não só com o cultivo da nova safra da Ucrânia - segunda maior exportadora mundial de milho ao lado do Brasil - mas também com o escoamento do volume que conseguirá produzir, bem como a menor área dos Estados Unidos e o atraso que o plantio norte-americano ainda registra.
"Já aparece muito claro para o mercado que haverá esse desbalanceamento. 2021 foi um ano de mais demanda do que oferta e 2022 também tende a ser, apesar de alguma recuperação no Brasil da safra de inverno. E um ponto importante do lado da demanda é a questão dos biocombustíveis (...) 2022, 2023, enquanto os preços do petróleo ficarem em níveis recordes teremos um consumo maior de milho para o processamento para o etanol", afirma Nogueira.
Dessa forma, para o executivo, o momento é, de fato, para que o produtor segure parte de suas vendas, fazendo operações e negócios pontuais, porém, com monitoramento constante sobre o comportamento do dólar, reduzindo seu risco e sua exposição à volatilidade do mercado cambial.
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