Milho tem janela estreita e preço pode subir mais à frente; tão importante quanto o etanol é o uso do DDG

Nesta segunda-feira (05), o vice-presidente da Abramilho, Glauber Silveira, conversou com o Notícias Agrícolas para comentar os possíveis caminhos para a produção de milho no Brasil, em um momento no qual os baixos preços e o clima desestimulam o plantio.

O estado do Mato Grosso, que, no ano passado, produziu 30 milhões de toneladas do cereal, deve ter uma diminuição de 6 a 7 milhões de toneladas neste ano. Segundo Silveira, o clima é o principal motivador, principalmente porque a janela ideal de plantio não poderá ser alcançada por muitos dos produtores. Este problema também se reflete nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul.

Com este plantio menor, será possível esperar preços melhores, fato combinado com um aumento de consumo por parte da China. Contudo, os valores não devem disparar, a menos que ocorra "algo muito novo, uma catástrofe", define o vice-presidente.

Ele acredita que os produtores podem utilizar o Plano Safra como um recurso para investir em contratos de opção e garantir preços melhores, reservando 10% do custeio para realizar as operações. "Esse é um instrumento interessante que o produtor pode ter", avalia Silveira. "O produtor precisa começar a ser mais profissional nesse sentido".

Para ele, a tendência é que o Brasil, em breve, produza mais milho do que soja, já que este é o produto mais importante para a alimentação animal. Como o consumo de carne no Brasil aumenta lentamente, o país deverá investir ainda mais na exportação e em novos usos para o cereal.

Silveira ainda respondeu às perguntas enviadas pelos internautas.