Apoio a comercialização e incremento das exportações são fundamentais para mudar tendência de baixa no mercado do milho
No mercado do milho, os preços continuam pressionados internamente. A divulgação do novo relatório da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) aponta para uma produção acima de 91 milhões de toneladas, contando a safra e a safrinha. Assim, a sequência de notícias não se mostra muito boa para a formação dos preços pagos ao produtor de milho neste momento.
De acordo com Roberto Rafael, da Geminar Agronegócios, o cenário que se encontra no mercado do milho já vinha sendo previsto desde o início do ano. Agora, é intensificado pela entrada efetiva da colheita da safra de verão. Além disso, a operação Carne Fraca também trouxe efeitos diretos para a comercialização do cereal, prejudicando muitos produtores com a redução de consumo, algo que ainda não é mensurado.
Os grandes volumes de exportações são esperados apenas para o segundo semestre. O sinal, segundo Rafael, foi dado com o cenário de plantio da soja em período adequado e depois a entrada da safrinha com o clima adequado. As estimativas de uma safra recorde para o segundo semestre são cada vez mais estabelecidas. O que pode melhorar este mercado são leilões de PEP e Pepro por parte do Governo Federal, além de contrato de opções, bem como o que as traders conseguem efetivamente colocar no mercado neste momento.
O estado do Mato Grosso possui apenas 45% da safra comercializada - em outros estados, este número é ainda menor. Pela precocidade, algumas áreas já estarão colhendo em maio, com esse cenário se intensificando em junho. Rafael lembra ainda que as estimativas da Conab para a produção total são as mais baixas - consultorias falam entre 93 a 96 milhões de toneladas.
O indicador da Geminar aponta o milho na faixa dos R$28 na região de Campinas (SP), ainda com pressão de colheita. Com isso, Rafael aconselha os produtores que tiverem oportunidade a vender nesse momento, já que os preços tendem a ser menores. Ele lembra que a saída pelo Governo Federal pode vir para o mercado ainda em abril em leilões de PEP e Pepro, em torno de 1,5 milhão de toneladas.
No que diz respeito às exportações, a redução de uma área nos Estados Unidos não seria suficiente para reduzir a oferta americana e para o milho brasileiro ocupar esse espaço. Para solucionar esse problema, precisaria-se de uma quebra em terras americanas e com outras regiões produzindo menos. No entanto, os preços que estão sendo cotados neste momento ainda não são competitivos na paridade de exportações. Na avaliação de Rafael, o preço deveria ser cotado a R$22 na região de Campinas (SP) para ter paridade nos portos. Com isso, ele diz que "se fosse produtor, apostava nesse momento de agora".
1 comentário
Milho emenda sexta queda consecutiva e B3 atinge menores patamares em um mês nesta 5ªfeira
Getap 2024: premiação deve ter altas produtividades para o milho inverno 24
Cotações do milho recuam nesta quinta-feira na B3 e em Chicago
Preços futuros do milho começam a quinta-feira na estabilidade
Radar Investimentos: Plantio do milho na Argentina alcançou na última semana 38,6%
Milho inverte o sinal e termina o dia com pequenas altas na Bolsa de Chicago
jose renato da silva Uberlândia - MG
Já há notícias dando conta que o governo federal estuda apoiar (comprar, para formar estoques) de 8 a 9 milhões de toneladas de milho, através de mecanismos como o PEP e PEPRO. O relatório do USDA indica que usaremos 60 milhões/t no consumo interno, com previsão de 32 milhões para a exportação. Conclusão: devemos ficar atentos a esses movimentos, que refletirão nos preços.