Com quebra de 70% na safrinha de milho, Canarana (MT) deve decretar estado de emergência
A quebra na safrinha de milho de Canarana (MT) pode superar os 70% nesta temporada. A projeção é decorrente da falta de chuvas registrada ao longo do mês de abril associada às altas temperaturas. Apesar do retorno das precipitações nos últimos dois dias, com mais de 20 dias de atraso, os prejuízos são irreversíveis. Diante desse cenário, deve ser decretado estado de emergência no município.
O presidente do Sindicato Rural da cidade, Arlindo Cancian, destaca que o decreto irá ajudar os produtores, especialmente, os que negociaram a produção antecipadamente. Há uma preocupação muito grande em relação ao cumprimento dos contratos, já que cerca de 60% a 70% da produção foi negociada anteriormente, com valores entre R$ 18,00 a R$ 20,00 a saca. Atualmente, o produto é cotado a R$ 35,00 a saca na região.
“A orientação é que os produtores façam laudos das áreas afetadas, juntamente com as assistências técnicas e levem até o sindicato. Acredito que cada agricultor terá que conversar com as tradings e os órgãos financiadores. Ainda não há nenhuma medida definida, mas estamos conversando com as empresas e a expectativa é que haja a possibilidade de transferência desses contratos para a próxima safrinha. Precisamos de uma negociação que possa atender os dois lados”, explica a liderança sindical.
Além disso, Cancian destaca a qualidade do produtor também é uma apreensão, já que grande parte das negociações realizadas tem como destino as exportações. “Estamos buscando uma solução com as tradings, esperamos que haja bom senso, pois isso nunca aconteceu na nossa região. Essa é uma situação muito triste, já que afeta a economia da nossa cidade, que já vem de uma safra de soja ruim. Na oleaginosa, as perdas ficaram acima dos 20% e a agora a quebra no milho agrava o cenário”, completa.
Safra 2016/17
Em meio a esse quadro, os produtores locais também estão preocupados com o planejamento da próxima safra de verão. “De uma maneira ou outra, os agricultores se preparam para a nova temporada. Precisaremos de 1, 2 ou 3 anos de recuperação e esses recursos nos farão falta. É preciso cautela nesse momento e, os produtores devem tentam equilibrar as contas para a próxima safra”, orienta Cancian. Contudo, os produtores estão receosos em realizar novos investimentos na região.
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