Tecnologia BT em risco com milho VTPRO2 como ponte verde. Entenda porque o material resistente ao glifosato se tornou uma praga de laboratório

Publicado em 05/11/2015 12:32
Tecnologia BT em risco com milho VTPRO2 como ponte verde. Entenda porque o material resistente ao glifosato se tornou uma praga de laboratório

A utilização da tecnologia do milho VTPRO2, resistente ao glifosato, tem se mostrado como ponte verde em meio as lavouras de soja e, podem ameaçar a tecnologia Bt.

O milho geneticamente modificado com o gene Bt, que tem atividade principal combater as lagartas, em especial a lagarta do cartucho “Spodoptera fugiperda”.

Mas, segundo pesquisadores tem sido observado a partir de 2013 é um aumento do ataque da lagarta do cartucho. A chamada ponte verde para as pragas do milho vem ocorrendo principalmente nas regiões brasileiras onde se cultiva o milho safrinha, devido ao cultivo dos milhos com a tecnologia VTPRO 2.

"O problema que estamos encontrando após a introdução da tecnologia VTPRO2, é que o milho acaba perdurando e invadindo as lavouras de soja. Então ou o produtor faz um controle desse milho com herbicida, ou então ele vai germinar em meio às lavouras de soja e proliferar principalmente a lagarta do cartucho", explica o produtor rural Valdir Edemar Fries.

Essa tecnologia exige do produtor rural que usa da tecnologia, a aplicação de herbicidas específicos para o controle das plantas de milho que nascem no pós-colheita e em meio às lavouras de soja.

"Não é possível fazer o controle de todas essas plantas de milho que venham a nascer com uma única aplicação de herbicida, assim os custos sobem muito", alerta Fries.

Além disso, mesmo os produtores que não utilizam o VTPRO2 estão suscetíveis a presença da ponte verde, já que o sistema de polinização da cultura de milho é feita pelo vento e podem atingir distancias quilométricas entre uma lavoura e outra.

Segundo ele, as lavouras de soja, mesmo após o controle das ervas daninhas feito com glifosato, podem ser infestada com plantas de milho, servindo de ponte verde para a proliferação de lagartas resistentes.

Com isso, a probabilidade de realizar o plantio do milho safrinha já com a presença da praga resistente nas lavouras é muito alta. "Chegará a um ponto que a tecnologia não terá mais controle de forma adequada", destaca o produtor.

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Tags:
Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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3 comentários

  • Renato Santos Ipuã - SP

    Discordo plenamente do ponto de vista da matéria sobre o a tecnologia VTPRO2.

    Primeiro ponto: se formos analisarmos o custo de 2 ou até 3 aplicações de herbicida seletivo (haloxifope-metilico; clethodim) é muito mais viável do que você ter que aplicar até 7x de diamida intercalado com espinosade para "tentar" garantir o controle da lagarta no milho sem tecnologia (há relatos de se fazer também este numero de aplicações em materiais com tecnologias, porém que já se perderam).

    Segundo ponto: você tem escolha/opções de compra de material, com tecnologia: ou você compra convencional e aumenta seu custo no controle de ervas daninhas + lagartas. Ou você compra apenas com tecnologia RR e conforme o primeiro ponto você "tentar" garantir o controle das pragas , sabendo que o encarecimento relacionado ao numero de aplicações já se mostra que nesta determinada região você se deve plantar milho com tecnologia BT. Ou você compra o material com as 2 tecnologias inseridas e saiba usar a "excelente ferramenta" que você tem em suas mãos. O problema do ponto verde citado na matéria nao está na tecnologia BT, e sim no como utilizar o material. A ferramenta nsuper interessante porém os agricultores não estao sabendo utiliza-las, para milho BT é NECESSÁRIO QUE SE PLANTE NO MINIMO 20% DE REFUGIO, que eu coloco minha mão no fogo se todos estão se conscientizando e respeitando o que a legislação da tecnologia pede. Ninguém quer fazer refugio! Essa é a verdade. Então o problema está relacionado mais a este ponto do que a questão da tecnologia estar "proliferando" pragas resistentes.

    Terceiro ponto: não falem besteira pelo amor de deus, assim vocês estão assassinando a agricultura, agronomicamente e tecnicamente. Gente um grão de pólen ele não anda distância quilométricas não, não aprendam a falar isso não.

    Estudos e pratica nos mostram que um isolamento para que não aconteça a contaminação (no caso de milho semente) ou o cruzamento (fecundação) de um grão de pólen no estilo estigma seja de 400 metros, sendo bem conservador. Sem contar que um grão de pólen para formar o tubo polínico e ter condições favoráveis para a fecundação no ovulo tem a grande influencia de temperaturas , e, o tempo hábil para que ele esteja fértil em condições de fecundação. O processo não é fácil assim não, que milho sai cruzando com qualquer planta de milho independente do lugar e distância.

    Acho que devemos sermos mais realistas, conscientes e comprometidos a fazer com que a tecnologia em prática seja aplicada conforme a legislacao nos cobra, ou seja, todos nós sabemos e temos o dever de se plantar REFUGIO, pois se realmente não tomarmos esta atitude, não temos tecnologia no mundo que consiga vencer a resistência destas pragas, e, ai sim voces poderam dizer que a tecnologia nao tem mais controle adequado das pragas. Lembre-se milho BT não controla lagarta, ele sim dá "supressão" a praga. Pensem agricultores, pois nem as multinacionais que investem em pesquisas de ogm, de tecnologias aqui no Brasil não estão querendo mais investir aqui devido a falta de colaboração no campo que cada um de nós estamos fazendo e mostrando no dia-dia pensando apenas em rentabilidade e esquecendo das conservações ambientais.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      MERECE SER LIDA

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  • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

    Nessa região aí de Itambé, Floresta, Ivatuba e todo o vale do Ivaí (Paraná) temos um problema mais complexo: Alta infestação de capim amargoso (Digitaria insularis). Temos de fazer um controle rigoroso nas áreas onde a soja é plantada em sucessão com milho safrinha. Oras, para controlar o amargoso o milho vai de "carona", portanto não vejo problema nenhum nisso... Agora a falta de rotação ocasiona tudo isso. Quem, no vale do Ivaí, vai ter coragem de plantar milho no verão e aveia e/ou trigo no inverno? Os poucos que tentam acabam colhendo trigo abaixo de chuvas ou não tendo onde entregar o milho verão. Existem outras soluções??????

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    • VALDIR EDEMAR FRIES Londrina - PR

      Caro amigo Cesar Schmitt, acredito que não tenha prestado a devida atenção, mas entre os 4 a 5 minutos da entrevista, fiz um breve comentário em relação ao controle de ervas daninhas resistentes, e voltei a esclarecer entre os 9 a 10 minutos do decorrer da entrevista... Quanto as ervas daninhas resistentes ao glifosato, tenho o costume, e até por recomendação técnica, de fazer o controle em períodos de entre safra, ou seja, no pós colheita do milho safrinha e o pré plantio da soja, tanto o controle da buva com também do capim amargoso, as quais o amigo se refere. Cada qual tem o direito de escolher a tecnologia a usar, todos os produtores rurais estão livres para tomar a decisão que lhe couber. A tecnologia VTPRO2 esta liberada legalmente, dando o direito de cada um plantar ou deixar de plantar. Até então, vimos resteva de milho VTPRO2 apenas em meio as lavouras, NÃO vimos ainda plantas de milho VTPRO2 ás margens das estradas conforme ocorre com plantas de buva e de amargoso se proliferando, mas já vimos até mesmo de soja se proliferando e servindo de ponte verde para pragas e doenças... A minha preocupação maior é em defesa da tecnologia bt e subsequentes com proteína que controla as pragas, em especial a lagarta do cartucho que tanto trabalho e tantos custos já tivemos no passado para combater tal praga. Não tenho PHD... Porém posso afirmar que esta tecnologia esta em risco, e podemos comprometer o resultado de controle, se nem uma atitude for tomada por parte das Instituições de pesquisa e pelos responsáveis pela defesa sanitária vegetal.

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    • leandro carlos amaral Itambé - PR

      Se falando em rotação de culturas,se plantar aveia,trigo ou brachiara no inverno e colher de 10 a 15 sacas de soja a mais,ja fizeram a conta de quantas sacas de milho precisa colher para livrar essas sacas de soja.....hoje o milho se colhe pouco nesses preços não da nem pra faze a dessecação para o plantio de soja ....mais tem gente que faz milagre...

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Senhores..conforme o Tadashi o problema no Paraná é a ferrugem..não entendo mais nada..ou está tudo enferrujando..tadashi nelas..

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  • Luiz Alfredo Viganó Marmeleiro - PR

    A Monsanto enfia goela abaixo do produtor os eventos de resistência à lagarta (VTpro) e a tolerância ao glifosato, nos seus materiais VTpro2, sem direito de escolha. Ou seja, se o agricultor quiser ter a tecnologia VTpro, talvez a mais eficiente das BTs hoje, ele tem de plantar material com o gen RR no milho. Isso, além de elevar o valor das sementes, impede o manejo adequado de herbicidas que a rotação de culturas preconiza, levando a aplicações seguidas de glifosato, sem falar nas plantas guaxas e no problema da "ponte verde" citado na matéria. A associação VTpro+RR milho tira o direito de escolha do produtor, aumenta o custo do plantio e prejudica o manejo de quem quer fazer uma agricultura mais racional e sustentável (vou usar uma palavra da moda dos ecologistas, hehehe), beneficiando somente a lucratividade da multinacional.

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    • MARIO SOLIGO Pato Branco - PR

      Muito válida vossa indignação Luiz Alfredo, por sorte temos boas opções em outras marcas, que entregam uma genética muito melhor e sem esse problema.

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    • Cácio Ribeiro de Paula Bela Vista de Goiás - GO

      Concordo com o Sr. MÁRIO SOLIGO. Em se evitando o plantio desses materiais(da Monsanto), em pouco tempo ela(Monsanto) vai disponibilizar materiais PRO sem a tecnologia RR. O mercado vai se ajustando, pois têm interesse em continuar vendendo...

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