Prejuízos nas lavouras de milho devido à geada ainda estão sendo levantados no RS

Os prejuízos nas lavouras de milho decorrentes da geada, registrada há duas semanas, ainda estão sendo levantados no Rio Grande do Sul. Até o momento, cerca de 30% até 40% da área havia sido cultivada com o grão, que nesta temporada, deverá ocupar a menor área dos últimos 45 anos, totalizando pouco mais de 779,6 mil hectares.

O assistente técnico da Emater/RS, Alencar Paulo Rugeri, destaca que as condições adversas de clima após o evento ainda dificulta uma avaliação precisa nas plantações. “Em algumas localidades do estado, as chuvas retornaram de forma bastante significativa, consequentemente, ainda não podemos mensurar as perdas nas lavouras do cereal”, explica.

Apesar de não poder quantificar, as perdas já são uma realidade e, em algumas áreas, os produtores terão que fazer o replantio. “Porém, temos que aguardar o tempo de maturação do cenário, para que possamos ter uma quantificação dos prejuízos. Ainda assim, muitos produtores avaliam o replantio ou até mesmo o investimento em outra cultura, como a soja”, ressalta Rugeri.

Diante desse quadro, o assistente ainda orienta que os produtores busquem informações técnicas para tomar a melhor decisão. Já em relação à ao recuo na área destinada ao cereal, o assistente afirma que esse é um cenário decorrente da diferença entre os custos de produção e preços da soja e do milho. “Muitas vezes, os agricultores são movidos por questões econômicas, mas em médio e longo prazo poderemos ter dificuldades fitossanitárias em decorrência da falta de rotação de cultura, por exemplo”, completa.

Paralelamente, também há preocupações com o consumo de milho no estado. Isso porque, o cereal é bastante utilizado na produção de ração para aves e suínos. Em meio a essa situação, não está descartada a possibilidade de aumento nas importações gaúchas do grão originárias de outras regiões do país.