Colheita de milho encerra em Sinop-MT com média de 100 sc/ha. No entanto, preços atuais ainda não cobrem custo para próximo plantio
A colheita do milho safrinha na região de Sinop (MT) está concluída e os resultados ficaram acima da média. Mesmo com o atraso no plantio, as chuvas se estenderam até o mês de maio, favorecendo o desenvolvimento da cultura.
Segundo o presidente do sindicato rural município, Antônio Galvan, a produtividade média no estado é de 100 sacas por hectare, "um recorde para o Mato Grosso". Ainda assim, mesmo com essa produtividade, o ganho na produção não tem compensado a baixa dos preços no mercado físico.
Com um patamar de R$ 14,00 a R$ 15,00 a saca, os produtores mal conseguem cobrir os custos de produção que tiveram com a lavoura. "Mas a grande preocupação está na próxima safra, com essa alta do dólar os insumos 'descolaram' e nesses níveis de preço e produtividade não cobrem custo de produção", explica.
Somente os fertilizantes e defensivos agrícolas tiveram um aumento de 30% com a disparada do dólar nos últimos meses, por isso Galvan afirma que um preço mínimo deveria ser em R$ 20,00 a saca, para pelo menos garantir o pagamento dos custos de produção.
Por outro lado o ritmo de comercialização do produto está acelerado. Na região há grande procura por parte dos compradores, porém os entraves logísticos para o escoamento da produção começa a preocupar os agricultores.
"As empresas querem comprar, mas não tem uma data exata de retirada do produto. A falta de estrutura dificulta os embarques e algumas empresas estão colocando uma data prevista de retirada, mas dentro do próprio contrato utiliza clausulas de que se ela atrasar os custos de armazenagem será do produtor", ressalta Galvan.
Safra de Verão
Assim como no milho, os custos de produção no cultivo da safra 2015/16 de soja também tiveram um acréscimo significativo. Segundo o presidente, com o dólar puxando os preços dos defensivos, fertilizantes e sementes "está praticamente inviabilizado continuar o plantio se o mercado não reagir".
Na região os negócios futuros acontecem no patamar de R$ 60,00/sc, mas ainda assim para cobrir os custos os produtores tem que produzir mais de 55 sacas por hectare para "conseguir pagar os compromissos, sem contar investimento", afirma Galvan.
Além disso, os problemas logísticos que afetam o escoamento do milho segunda safra também estão impactando na entrega dos insumos para o cultivo da próxima temporada. Mais de 90% dos produtores já adquiriram seus insumos, e aguardam na expectativa de receber suas compras nos próximos 40 dias, antes no inicio do plantio no estado.
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