Em Rio Verde (GO), o aparecimento do enfezamento nas lavouras de milho safrinha ocasiona perdas de até 50% na produtividade
A maior incidência do enfezamento vermelho nas lavouras de milho safrinha ocasionou uma perda de até 50% na produtividade na região de Rio Verde (GO). Com a colheita completa em 45% da área, alguns produtores que projetavam colher ao redor de 120 sacas do grão por hectare, estão colhendo em torno de 60 scs/ha.
O produtor rural do município, José Roberto Brucelli, explica que, o enfezamento é ocasionado por cigarrinhas contaminadas. E com a doença já instalada, a planta apresenta um desenvolvimento aparentemente normal, porém, no momento da granação as plantações entram em colapso e secam de cima para baixo.
“Com isso, a passagem da seiva para o restante da planta é interrompida e o milho acaba tombando. E nossas plataformas não estão adaptadas para colher o milho tombado, consequentemente, deixamos mais da metade dos grãos no chão. Existem alguns controles paliativos, entretanto, é preciso fazer o trabalho preventivo, principalmente desde as sementes, pois quando a doença está visível no campo, o estrago já foi feito”, afirma Brucelli.
Na área de cultivo de produtor, cerca de 1.800 mil hectares foram atingidos pela doença, dos 4 mil semeados nesta temporada. “Isso é equivalente a uma perda de 100 mil sacas de milho. E, se vendermos a saca a R$ 20,00, terei um prejuízo de mais de R$ 2 milhões. É uma perda muito grande e o cenário também afeta as cidades próximas”, completa.
Além dessa preocupação, o produtor ainda ressalta que, a umidade do milho ainda está elevada, acima dos 20% na localidade. E, com a metade da colheita feita, os armazéns já estão cheios em Rio Verde. “A nossa alternativa seria a utilização do silo bolsa, contudo, o índice de umidade deve ser de 14%. Acima desse percentual, podemos ter problemas em relação à qualidade do cereal”, alerta Brucelli.
Safra de soja
Na localidade, cerca de 50% dos produtores já adquiriram os produtos para a próxima safra de soja. “Porém, com a crise desse ano, o Banco do Brasil acabou liberando o dinheiro do custeio agora e o recurso foi menor esse ano. Cortaram os bônus por termos APP (Área de Preservação Permanente) e Reserva Legal, perdemos em torno de 30% dos recursos”, pondera o produtor.
Em meio a esse quadro, Brucelli ainda ressalta que o produtor deve fazer o planejamento com cautela para sobreviver à próxima temporada.
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