Pedro Estevão fala a Frederico Olivi: "nosso setor de máquinas e implementos não pára!"
Segundo a Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, mesmo com o impacto da pandemia no Brasil neste primeiro semestre, o mercado de máquinas e implementos para a agricultura mostra-se positivo, com uma projeção para o ano de 2020 de aumento nas vendas de até 2 por cento em comparação com o ano de 2019.
Quem traz essas informações é Pedro Estevão, Presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, em entrevista ao repórter Frederico Olivi do Marcas e Máquinas.
-- "Os agricultores estão capitalizados e sabem que as tecnologias das máquinas agrícolas retornam em produtividade e renda, isso nós podemos comprovar na colheita recorde de grãos deste ano. Inclusive, segundo informações do Banco Central, neste período de janeiro a maio de 2020, houve um acréscimo de 11 por cento de desembolso de recursos dos bancos para financiamento para o setor, em comparação com o mesmo período de 2019, prova de que o produtor foi realmente às compras para se manter na vanguarda da tecnologia em máquinas agrícolas".
Pedro Estevão ressaltou também a importância das Feiras de Tecnologia para o setor que, este ano, tiveram que ser canceladas. Segundo ele, eventos como o da Agrishow de Ribeirão Preto, que chegam a movimentar R$ 2.5 bi de reais em negócios numa semana podem acrescentar até 30 por cento a mais em vendas para um fabricante ou revendedor de máquinas agrícolas, oportunidade que neste momento está sendo substituída pelas Feiras Digitais ou vendas on line.
-- "Os fabricantes não deixaram de realizar vendas, estão se reinventando" diz Pedro Estevão "então podemos afirmar que o setor poderia estar ainda melhor, porque a feira presencial tem um forte apelo ao receber os clientes, apresentar as tecnologias e isso não vejo como ser substituído. No ano que vem voltaremos com as feiras, mas as ferramentas digitais vieram para auxiliar os revendedores, sem dúvida'.
Plano Safra
Outro ponto de destaque da entrevista ficou por conta das condições de financiamento que, segundo Pedro Estevão, não deverão mudar, mesmo com o anúncio do novo Plano Safra 2020 2021, que deve continuar oferecendo as mesmas taxas de juros -- como a linha do Moderfrota que tem duas opções, com taxas de de 8,5 e 10,5 por cento, dependendo da capacidade de produção do agricultor.
- "O Plano Safra deverá continuar girando em torno de R$ 10 bilhões de recursos para o setor, mas vai continuar focando os pequenos agricultores e o setor de armazenamento com juros subsidiados. Os grandes e médios produtores deverão recorrer, mais uma vez, ao Moderfrota e ao PCA -- que devem estar disponíveis com recursos a partir de julho. Agora em junho não tem mais recursos nessas linhas. Outro recurso que estamos sugerindo para os agricultores é uma linha que está disponível no BNDES, o Crédito Rural, para os produtores de grandes áreas de produção, com taxa de 9,7 por cento.
No seu comentário final, Pedro Estevão ressaltou que mesmo com a pandemia, os fabricantes associados da Câmara Setorial da Abimaq organizaram suas linhas de produção e agora, com a demanda em alta, não haverá atraso na entrega de produtos para os agricultores, mantendo as lavouras do país mais uma vez abastecidas para uma nova safra recorde.
- "Nossa mensagem final é que está pandemia nos mostrou que quem estava melhor preparado, saiu na frente.., então não podemos perder o foco na inovação. O agronegócio brasileiro será sempre exportador, precisamos manter nossos clientes cada vez mais produtivos".
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