Concorrência com o trigo da Argentina e Paraguai e deságio nos prêmios deixam leilões de Pepro inviáveis

Publicado em 05/12/2016 11:13
Confira a entrevista de Hamilton Jardim - Pres. Comiss. Trigo - Farsul
Para o PEP o baixo interesse de compradores também está ligado aos preços competitivos do trigo argentino e paraguaio

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Hamilton Jardim fala do mercado de trigo

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Na última sexta-feira (2), foi realizado o primeiro leilão de Pepro e de PEP para a safra do trigo. Primeiro de outros leilões que virão pela frente, houve uma negociação de 80% para o Pepro e de 30% para o PEP, mas os prêmios não alcançaram as necessidades dos produtores.

Portanto, neste primeiro momento, participaram apenas os produtores que conseguiram baixar um pouco os seus preços por conta da proximidade maior com o local de entrega. O mercado encontra maior dificuldade de liquidez neste momento.

De acordo com Hamilton Jardim, presidente da Comissão do Trigo da Farsul, o resultado poderia ser melhor. Nas primeiras conversas com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o prêmio foi definido a R$183 por tonelada (cerca de R$11 a saca) - valor que, posteriormente, chegou até a R$109 (cerca de R$5,59 a saca).

Isso ocorreu porque, no mesmo dia em que as definições foram anunciadas, a Argentina baixou seu preço de exportação para o Rio Grande do Sul de US$6 até US$8 a saca em relação ao dia anterior, tornando-se ainda mais competitiva.

"Se a gente tivesse uma cadeia organizada, um setor organizado para buscar integralmente esse prêmio, teríamos conseguido R$11 por saca", destaca Jardim.

No entanto, o presidente acredita que, nos próximos leilões, o setor e os produtores estarão mais organizados. Ele acredita também que, em conversas durante a semana com a Conab, eles consigam aumentar o volume e trazer o prêmio para a realidade do mercado, para que mais produtores consigam receber o preço mínimo.

Ele destaca a importância da cultura do trigo não apenas como fonte de renda, mas como alternativa de atividade para fazer a rotação de culturas. A nível nacional, destaca também a necessidade de transformar o Brasil em um país autossuficiente em trigo.

"É isso que a gente persegue", diz o presidente. "Se considerar que todo o estado do Rio Grande do Sul tem aptidão para produzir trigo, estamos plantando apenas um percentual de 13% de toda a propriedade que hoje se tem disponível para plantar trigo".

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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