Área plantada com soja no Uruguai deve ser mantida em 1,2 milhões de hectares enquanto milho pode reduzir pela metade
A área destinada à soja na safra 2016/17 do Uruguai deve se manter em 1,2 milhões de hectares, diante da perspectiva de permanência no atual patamar de preço internacional do grão.
Conforme explica o engenheiro agrônomo, João Luís Sandri, no Uruguai a expansão agrícola é relativamente recente, sendo o país tradicional na pecuária. Dessa forma, "o avanço da produção de soja deveria acontecer em áreas de menor potencial produtivo [pecuária], incluindo risco maior de instabilidade climática e necessidade de investimento em tecnologia."
E esse avanço ocorreu apenas em 2013, quando a soja alcançou níveis exorbitantes que estimularam o cultivo, fazendo o país cultivar, a época, 1,5 milhões de hectares.
Para esse ano, Sandri afirma que sem a perspectiva de preços mais favoráveis, os produtores não deverão assumir o risco de avançar sobre áreas de pastagem que possuem menor potencial produtivo. Além disso, os problemas climáticos da safra passada [com seca entre janeiro e fevereiro; e inundações em abril] também desestimularam o crescimento.
Obviamente, "quando a soja baixou de US$ 500 por tonelada para US$ 300,00/t no ano passado, teve impacto direto na remuneração dos produtores, fazendo com que os produtores se concentrassem nas áreas de melhor aptidão", explica o engenheiro.
Diferente do Brasil, o plantio no Uruguai começa tradicionalmente a partir da segunda quinzena de outubro, se intensificando em novembro. A expectativa de produtividade é de 3 mil quilos por hectares - 50 scs/ha - totalizando uma produção próxima de 4 milhões de toneladas.
Milho
Na cultura do milho, o risco de instabilidade climática vem causando frequentes quedas na área cultivada. Para a próxima safra de verão, Sandri acredita que os produtores devam semear de 70 a 80 mil hectares do cereal.
"A produtividade, no entanto, é boa [entre 120 a 130 scs/ha]. Porém como a área é pequena a produção é capaz de atender basicamente o mercado interno", destaca o engenheiro agrônomo.
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