Preço pago ao produtor de ovos sobe, mas relação de troca com o milho fica pior na 1ª quinzena de julho
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Entrevista com Felipe Fabbri - Analista de Mercado da Scot Consultoria sobre o Mercado dos Ovos
DownloadA primeira quinzena de julho trouxe aumento nos preços pagos ao produtor de ovos, cerca de 8,5%, segundo o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri. Entretanto, mesmo com melhores valores do produto, a relação de troca, principalmente com o milho, piorou no período.
Ele explica que, após redução no número de poedeiras entre meados de maio e junho, a produção ficou mais controlada, e com a demanda aquecida pela descapitalização da população e aumento nos preços das carnes, as cotações dos ovos subiram. Na referência São Paulo até o dia 15 de julho, uma caixa com 30 dúzias de ovos valoa R$ 114,50.
"Em junho houve uma janela de oportunidade para que o avicultor aproveitasse preços melhores para o milho, que chegou a R$ 88,00 a saca. À época, a relação de troca era de 14 caixas de 30 dúzias para uma tonelada do cereal. Ao final da primeira quinzena d ejulho, mesmo com os ovos em alta, a relação piorou pelo repique no preço do milho, indo para 15 caixas com 30 dúzias para compra de uma tonelada do insumo, piora de 6,2% no poder de compra do avicultor", explicou.
Segundo Fabbri, este aumento nos custos de produção não deve arrefecer, ao menos no curto prazo, e isso pode motivar mais descartes de poedeiras em uma tentativa de deixar mais ajustada a relação oferta X demanda.
A expectativa do mercado para a segunda quinzena de junho pode seguir em duas vertentes: com a população descapitalizada e a segunda quinzena ser tradicionalmente mais lenta em vendas, o setror pode devolver parte das altas obtidas. Por outro lado, justamente pela questão econômica e pela alta nos preços das carnes, principalmente a de frango, que costuma ser a mais barata, a demanda por ovos pode seguir aquecida, disse o analista.
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