Suspensões de importações de carne suína da Alemanha podem beneficiar bovina e de frango

Publicado em 14/09/2020 17:48 e atualizado em 14/09/2020 18:27
Ricardo Santin - Presidente da ABPA
De acordo com presidente da ABPA, o gap deixado pelo país europeu não pode ser suprido por apenas um país exportador, e é possível que consumo seja dividido entre carnes concorrentes

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Entrevista com Ricardo Santin - Presidente da ABPA sobre a PSA na Alemanha

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Após a divulgação de um caso de Peste Suína Africana detectado em um javali na Alemanha na última quinta-feira (10), países que adquiriam carne suína ou processados da proteína, como China, Japão, Coreia do Sul, Argentina e Brasil, suspenderam as aquisições. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, a lacuna deixada pela Alemanha é tão grande que mesmo os maiores países exportadores não conseguiriam assumir sozinhos.

"A produção de carne suína é de ciclo longo, então vários países que têm condições de exportar vão contribuir para preencher esse espaço. É possível, inclusive, que a carne bovina e a de frango passem a ser mais comercializadas para complementar este espaço", disse.

Em relação aos preços, com a demanda pela carne suína alta e a oferta - agora - mais curta, os países que embargaram temporariamente as importações do país europeu podem sofrer com aumento. Entretanto, isso não deve exercer muita influência nos preços no mercado interno brasileiro, conforme explica o presidente da ABPA.

De acordo com Santin, entre janeiro e agosto deste ano, a Alemanha exportou, apenas para a China, um volume de 500 mil toneladas, representando 14% das importações de carne suína pelo país asiático. A título de comparação, no mesmo período o Brasil embarcou para a China 333 mil toneladas, 9% das compras do produto feitas pelos chineses.

"Até o final do ano, a Alemanha deixa um espaço de mais 500 mil toneladas que seriam exportadas, e essa quantidade não é encontrada toda de uma vez em um lugar só", afirmou.

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Para o presidente da ABPA, o Brasil consegue aumentar um pouco suas exportações, mas pondera que os frigoríficos habilitados para exportar para os países que restringiram a Alemanha já operam em uma capacidade alta. 

"Se fala que os Estados Unidos e a Espanha podem assumir a liderança nas exportações de carne suína, principalmente para a China, mas acredito que os americanos tenham maior capacidade de aumentar as exportações do que a Espanha, que está em situação semelhante à do Brasil, com as agroindústrias trabalhando com altos volumes", explicou. 

Atualmente, a União Europeia, puxada pela Alemanha, é o maior exportador de carne suína do mundo, seguida dos Estados Unidos, Canadá e Brasil. "Essas suspensões podem trazer efeitos imediatos, mas acredito que seja algo transitório. Assim que a Alemanha provar que a questão está controlada, o mercado volta ao normal". 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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