Aumento de preços no mercado interno de frango, possivelmente só a partir de julho, diz analista
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Entrevista com Luiz Gustavo Tutui - Analista de Mercado do Cepea sobre o Mercado do Frango
DownloadSegundo o analista de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Luiz Gustavo Tutui, os preços para o mercado de frango, em âmbito doméstico, só devem ter perspectiva de melhora a partir de julho. Isso deve acontecer se a cadeia produtiva conseguir reduzir a oferta para se adequar à demanda.
"Grande parte da indústria tem planejado produzir mesnos nestes últimos meses por causa da redução nos preços e do consumo doméstico".
A perspectiva é que o movimento sazonal da primeira quinzena do mês, com a entrada da massa salarial, haja leve aumento nos preços, mas nada que vá trazer uma forte recuperação.
Ele explica que o mês de maio foi de queda no preço do frango vivo na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea, e que isso se deu por causa da demanda interna reduzida e a menor procura dos frigoríficos por novos lotes para abate.
Ainda que o volume de exportação tenha sido recorde em maio, puxado pela China, os estoque em solo nacional ainda é grande, o que ajuda a pressionar os preços.
De acordo com Tutui, em maio, na comparação com abril, a queda no preço da ave viva foi entre 0,2% a 1%, dependendo da região produtora, mas na comparação com maio de 2019, o recuo foi de 17,5%. A média do preço do frango vivo no Estado de São Paulo atual é de R$ 2,91/kg, enquanto a média para ave no Brasil é de R$ 2,84/kg.
Com os preços pressionados, o poder de compra do avicultor fica prejudicado, frente à alta nos custos de produção. O analista afirma que a valorização do milho, cotado em São Paulo em R$ 50 a saca de 60kg e, principalmente, do farelo de soja, que atingiu em maio recorde nominal da série do Cepea com R$ 1650/ton, fizeram com que no fim de maio o avicultor tivesse o pior poder de compra dos últimos dois anos.
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