Entre o fim de março até agora, preço dos ovos caíram em torno de 12,5%

Publicado em 23/04/2020 17:56
Heloísa Xavier - Diretora da Jox Assessoria Agropecuária
Cenário ainda é de incertezas em relação ao comportamento do consumidor, mesmo com as perspectivas da entrada da massa salarial; produtores terão que ajustar a oferta

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Mercado dos Ovos - Entrevista com Heloísa Xavier - Diretora da Jox Assessoria Agropecuária

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Apesar de ter resistido mais do que as outras proteínas de origem animal, o preço dos ovos acabou cedendo após a virada para a segunda quinzena de abril. De acordo com a diretora executiva da Jox Assessoria Agropecuária, Heloísa Xavier, na última semana de março os preços atingiram recorde, e depois seguiram em movimento de queda. Do período de máxima até agora, a retração foi de 12,4%, passando de R$ 113, em média, a caixa com 30 dúzias, para R$ 99.

Heloísa explica que o período onde o preço atingiu o máximo, segundo as médias registradas pela empresa, coincidiu com o momento em que os consumidores correram às redes de supermercados para fazerem estoques para o período de isolamento social. 

Somada à demanda aquecida, a oferta ajustada e, em algumas regiões, até deficitária, devido ao descarte de poedeiras no início do ano, contribuiu para que os preços tivessem uma trajetória de ascendência acentuada em fevereiro e março. 

"Na segunda quinzena de abril começamos a perceber aquela característica normal desse período de encolhimento de demanda pelo menor poder aquisitivo e retração no consumo, e notamos que a situação não estava na produção, e sim no escoamento lá na ponta", disse. 

Com a redução da demanda pelo consumidor, seja pela mobilidade reduzida pelo período de isolamento ou pela descapitalização pelo período do mês ou desemprego, os atacadistas começam então a travar as compras, e os produtores, a sentirem maior pressão nos preços.

"O produtor inicialmente começa a abrir concessões, e passa a ver que não dá para sustentar aquela base de preço que vinha sendo praticada. Então estamos vendo essa queda que não pdoemos dizer que chegou num patamar de estabilidade. Algumas granjas ainda estão com sobras. A gente tem um momento de fragilidade de quem absorvia essa produção, mercado bastante vulnerável".

Segundo ela, é justamente esta instabilidade no mercado e a incerteza de como o consumidor vai se comportar que torna inviável traçar uma perspectiva sobre como o mercado deve se desenhar. 

"O comprador agora vai regular as entradas, trabalhar com estoques mais ajustados, e também cabe ao produtor ajustar ainda mais a produção para tentar fazer o mercado entrar em um equilíbrio".

 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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