Acordo comercial China x EUA derrubou em 15% o preço do frango brasileiro exportado
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Entrevista com Dilvo Grolli - Presidente da Coopavel sobre os Impactos de acordo comercial na avicultura do BR
DownloadO acordo comercial entre China e Estados Unidos já vem prejudicando o mercado de exportação de frango brasileiro, tendo desvalorizado o produto em cerca de 15% no mercado internacional desde novembro, segundo o presidente da Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (Coopavel), Dilvo Grolli. Segundo ele, a desvalorização foi compensada, em parte, pela alta do dólar. Desde o dia 15 de fevereiro o acordo comercial entre os dois países passou a vigorar, e a China retirou o embargo para poder importar o frango americano.
Grolli explica que desde o final do ano passado, quando as tratativas entre Estados Unidos e China para a assinatura da Fase 1 do acordo comercial avançavam, o frango brasileiro começou a perder em preço no mercado externo. "Além da assinatura do acordo, tem também a questão do coronavírus, que mexeu com o mercado", afirma.
Apesar da queda estimada em 15% no valor do frango brasileiro para exportação entre novembro de 12019 a fevereiro deste ano Grolli afirma que a valorização do dólar em torno de 7% neste período acaba resultando numa redução real em torno de 8% do produto.
"Acredito que tudo que tinha que ser precificado em relação a essa crise sanitária internacional e desse acordo comercial, já foi. Agora os preços devem se estabilizar", disse.
Com o acordo entre China e Estados Unidos, o presidente da Coopavel diz que há, sim, a possibilidade de que os volumes de frango embarcados para a China diminuam, já que, como os Estados Unidos não exportavam para o país asiático há algum tempo, deve haver estoque no momento. Entretanto, Grolli afirma que o frango brasileiro ainda é mais competitivo que o americano.
ARÁBIA SAUDITA
Nesta segunda-feira (17) foi anunciado que a Arábia Saudita suspendeu temporariamente duas plantas da BRF no Paraná que eram habilitadas para exportar frango para o país.
O motivo da medida é a obtenção de mais informações por parte do serviço sanitário saudita sobre supostas violações cometidas pela BRF na produção de alimentos. A questão foi alvo de investigação entre 2014 e 2018 na operação Trapaça, um desdobramento da operação Carne Fraca.
Para Grolli, inicialmente, o caso não deve impactar as exportações de frango brasileiro para a Arábia Saudita, classificado por ele como um grande cliente. "As demais plantas que seguem habilitadas, tanto da BRF quanto de outros frigoríficos, devem suprir essa demanda.
MERCADO INTERNACIONAL
Devido aos últimos acontecimentos no mercado internacional, como crises sanitárias severas atingindo a China e a propagação de doenças para outros países, o presidente da Coopavel afirma que é preciso cautela no setor de avicultura.
"Hoje nós temos um mercado com oferta e demanda mais equilibrados, mas por causa destes últimos acontecimentos, é preciso ter cautela nos investimentos em plantas frigoríficas e em aumento de produtividade, porque corre-se o risco de haver uma oferta maior", afirma.
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