Custo de produção elevado e preços em baixa nos últimos 90 dias geram prejuízo de até 11 reais por arroba suína negociada em SP
A elevação nos custos de produção neste inicio do ano, aliado a baixa nos preços do suíno vivo nos últimos 90 dias, chegam a gerar um prejuízo de até R$ 11,00 por arroba suína no estado de São Paulo.
De acordo com o presidente da APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos), Valdomiro Ferreira, na região de Campinas (SP) a arroba é comercializada a R$ 63,00 enquanto que os custos de produção chegam até R$ 74,00 para produção de uma arroba suína.
"Ainda em 2015 nós vínhamos alertando para o aumento nas exportações de grãos, principalmente o milho. Na época o cereal era negociado entre R$ 30,00 a R$ 33,00 a saca de 60 quilos, agora chegamos a pagar na região de Campinas em torno de R$ 50,00 a R$ 53,00 a saca, um aumento de R$ 20,00/sc", explica Ferreira.
Ao mesmo tempo, a demanda interna enfraquecida reprime altas no preço pago ao produtor. Mesmo a carne suína sendo uma opção mais viável economicamente de proteína animal, o consumidor de maneira geral tem optado por reduzir o volume da consumação ao invés de apenas realizar a troca da proteína.
A exportação é outro fator que começou a mudar com a queda na cotação do dólar saindo da faixa dos R$ 4,00 para R$ 3,60. "Nós não tínhamos um crescimento no volume, entretanto o faturamento era maior, agora com A nova realidade do câmbio nós não estamos conseguindo aumentar o volume das exportações e a tendência é queda na receita por tonelada vendida", alerta o presidente.
Observando esse cenário com preocupação, os suinocultores se antecipam a uma perda mais acentuada na renda. De acordo com Ferreira, os produtores têm entregado seus animais mais leves, em torno de 75 a 80 quilos, na tentativa de escapar de quedas mais expressivas nas margens. No entanto esse movimento tem gerado um acréscimo de 20% na oferta de carne suína, que já vem registrando problemas de escoamento.
No médio prazo há uma expectativa positiva para os preços do milho que tendem a cair com o ingresso da segunda safra no mercado. Caso esse cenário se confirme ele poderá coincidir com o período de maior escassez na oferta - já que esses animais ofertados mais leve agora deveriam sair nos próximos 60 dias. Além disso, a chegada das estações frias aumenta o consumo da carne suína, e a soma de todos esses fatores deverá ser positiva para o setor.
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