Preço do suíno vivo em SC reage após decisão de suinocultores de reduzir vendas de animais leves. Cotações sobem 25 centavos em uma semana
Os preços do suíno vivo pago ao produtor independente registraram reação na última semana, após decisão dos suinocultores em reduzir a oferta. Em Santa Catarina, nos sete dias as cotações reajustaram em R$ 0,25 por quilo.
Segundo o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio de Lorenzi, os produtores reduziram a comercialização de animais abaixo de 100 quilos para enxugar a oferta em um mercado que também não vem registrando bons volumes de consumo interno.
"Os suinocultores que vinham comercializando em um peso entre 105 a 115 quilos, quando viram que os preços começaram a cair semanalmente e os custos aumentando, começaram a ofertar animais mais leves para fazer um giro financeiro dentro da propriedade. Só que isso se intensificou tanto que sobrecarregou a oferta no mercado", explica Lorenzi.
Diante do reajuste, na semana passada a bolsa de suíno do estado definiu um acréscimo de 8,20% em relação à última definição, passando de R$ 3,05 para R$ 3,30/kg do animal vivo no mercado independente.
Ainda assim, esse patamar não cobre os custos de produção que estão elevados neste ano. Segundo Lorenzi, os custos com a nutrição subiram significativamente por conta da alta nos preços do milho e do farelo de soja.
Na região a saca do cereal é comercializada acima R$ 42,00 enquanto que o farelo varia entre R$ 1.300,00 a R$ 1.400,00 a tonelada. "O custo chega a R$ 3,80 até R$ 3,90/kg dependendo da região do estado, então isso traz um prejuízo muito forte dentro do setor, e inviabiliza qualquer produção", alerta o presidente afirmando que o valor ideal para o produtor seria acima dos R$ 4,00/kg.
De acordo com ele, há suinocultores considerando sair da atividade caso o cenário não apresente melhora ao longo do ano. "O grande problema dessa crise e de outras é que não vemos uma redução para o consumidor final e esse é o grande problema, porque poderia ser baixado o preço para que o consumo aumentasse", pondera Lorenzi.
Um ponto positivo nesta conjuntura são as exportações que vem registrando um bom desempenho desde o segundo semestre do ano passado. Mesmo com o consumo interno baixo, as vendas ao mercado mundial poderão minimizar o excesso de oferta e colaborar para a sustentação dos preços.
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