Sinal de alerta na avicultura com alta de 15% no custo de produção neste início de ano. Produtores já trabalham com prejuízos
Os preços do milho e do farelo de soja tiveram uma disparada em diversas regiões do Sul e Sudeste que tem refletido em aumento nos custos de produção. Neste inicio de ano a alta já chega a 15% e muitos produtores trabalham com prejuízo.
Assim como ocorreu com as vendas externa de carne de frango in natura, as exportações de milho também foram recordes em 2015, impulsionando o preço do cereal. Na região de Campinas, em São Paulo, a saca de 60 quilos está cotada entre R$ 42,00 a R$ 45,00.
Segundo o presidente da APA (Associação Paulista dos Avicultores), Érico Pozzer, há relato de produtores com dificuldade de adquirir a matéria prima, muito em função da retenção dos agricultores no mercado na expectativa de novas altas nos preços.
"Em função de uma safra de verão um pouco menor o mercado fica especulado, e com uma grande contribuição das exportações que estão pagando um preço bastante elevado", explica Pozzer.
Desde dezembro os avicultores de São Paulo já trabalham com custos em torno de R$ 2,60 a R$ 2,70 por quilo e preços do milho entre R$ 32,00 a R$ 34,00 a saca. Depois da puxada de preço do cereal em janeiro, o custo com a reposição do frango vivo passou para R$ 2,80 a 2,90/kg, ou seja, um aumento de 15%.
Com a alta, muitos avicultores já trabalham no vermelho neste inicio, considerando que os últimos levantamentos de preço para o frango vivo em São Paulo apontam o quilo do animal vivo pago ao produtor independente em R$ 2,80.
"Quem estava com planos de crescer muito esse ano, pode ser que reavalie e não cresça. Com um impacto desse é impossível que o setor se mantenha alheio a isso", destaca Pozzer.
Neste sentido, o presidente alerta que os produtores devem regular a oferta nos próximos meses para não causar quedas mais bruscas nos preços, e tentar elevar a cotação.
2 comentários
Suínos/Cepea: Carne suína ganha competitividade frente à bovina
Preços dos suínos sobem em véspera de feriado com demanda firme e estoques reduzidos
Com sazonalidade e feriados, cotação do frango no atacado paulista registra avanço de 9,4% na primeira quinze de novembro/24
Volume exportado de carne suína alcança 59,4 mil toneladas até a terceira semana de novembro/24
Média diária exportada de carne de frango tem ganho 50,1% até a 3ª semana de novembro/24
Ovos/Cepea: Vendas crescem no atacado, mas preços seguem estáveis
Eustáquio de Resende cristalina - GO
....Esse filme já vi antes. Um ano quebra o agricultor, outro o granjeiro. Ano passado tive dificuldade para vender o milho a R$ 17,00 a saca aqui em Cristalina-GO. Perdi o estimulo, não plantei nada no verão, e os granjeiros sorrindo (e comprando só o necessario). Agora paguem o que vale.
jose renato da silva Uberlândia - MG
Acredito que o Sr. Érico Pozzer esteja equivocado quanto à oferta de milho. Ele cita que há milho no mercado e que produtor está segurando o produto. O que estamos notando e já alertamos isso (na parte da manhã de hoje), é que não há milho suficiente para atender a demanda até a entrada a safra que está por vir.
Concordo com você José Renato, não há ofertas por que não há produto. São poucos os produtores que tem milho a ser comercializado ainda havia algo nos estoques mas de produto que ja tinha sido comercializado e o destino era exportação, mercado interno pequenos e medios consumidores desesperados à busca de milho. Pede-se hoje a quanto o produtor vende !!! Pra quem tem experiência de mercado sabe muito bem que quando se chega nessa situação a coisa não anda lá muito boa. E soja nao é muito diferente onde esta o tal estoque de passagem ???? só em números .... por que as fabricas estão mantendo o preço alto em relação ao soja de fevereiro??? vale a pena refletir.
No MT hoje , milho R$ 25,00 e ta acabando, não temos safra de verão então temos 150 dd para chegar a safrinha