Pesquisa mostra troca de refeição saudável por salgados. O que pode ser feito para os brasileiros retomarem o hábito de comer feijão?

Publicado em 16/03/2023 11:48 e atualizado em 16/03/2023 14:15
Marcelo Eduardo Lüders - Presidente do IBRAFE
Menor oferta de feijão continua nos próximos 60 dias e preços devem seguir firmes e acima dos R$400/saca

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Pesquisa mostra que os salgadinhos estão tomando lugar da refeição saudável. O que fazer para que os brasileiros retomem o hábito de comer feijão?

 

Em mais um boletim sobre o mercado do feijão, Marcelo Líderes, presidente do IBRAFE, comentou sobre a crise na produção e no consumo de feijão no Brasil. Segundo ele, a produção per capita do grão tem caído, o que tem afetado o preço final do produto.

A situação se torna ainda mais preocupante com a migração dos consumidores para opções mais baratas, como salgadinhos, destacada em uma recente matéria publicada na imprensa. Marcelo ressalta que isso pode afetar a saúde pública a longo prazo e trazer custos ao governo.

Segundo Lüders, a queda na produção per capita do feijão está relacionada à falta de estímulo à produção, o que tem levado os produtores a deixarem de cultivar o grão. Isso tem afetado o preço do produto e causado impactos negativos no consumo. Marcelo destaca que é importante que a produção de um alimento básico como o feijão receba mais atenção e investimentos.

Ele ainda aponta que, apesar do feijão ser um produto barato, mesmo após as altas, o preço pode estar pesando no orçamento, principalmente de pessoas em condições de vulnerabilidade. O aumento do preço do feijão está relacionado à menor oferta do produto, que deixou de ser plantado por conta da concorrência com a soja e milho, que têm mais liquidez e previsibilidade,  atraindo os produtores.

Diante desse cenário, Marcelo sugere a busca por formas de tornar a produção de feijão mais atrativa para os produtores, garantindo oferta suficiente e preços acessíveis para os consumidores. Ele alerta para a importância de dar atenção à produção de alimentos básicos como o feijão, fundamental para a segurança alimentar da população.

Núcleo é formado para discutir políticas de estímulo à produção de feijão no Brasil

O Conselho Brasileiro do Feijão, a Câmara Setorial, a CNA e o IBRAFE formaram um núcleo para discutir políticas de estímulo à produção de feijão no Brasil. O objetivo é criar uma política de médio e longo prazos para a cultura.

O grupo busca soluções para tornar a produção do feijão mais atrativa para o produtor, como o apoio com recursos financeiros e o incentivo à pesquisa para melhorar produtividade da lavoura.  Entre as sugestões,  a criação de um fundo nacional formado a partir de recursos descontados em nota fiscal sobre as vendas de cada cultivar, percentual que seria cobrado do produtor e repassado aos detentores das variedades.

O grupo também ressalta a importância de entregar sugestões ao governo para que uma política de estímulo à produção possa ser formulada, em vez de simplesmente denunciar a situação atual. As pessoas que estão no poder precisam de sugestões que entreguem resultados concretos.

Preços do feijão se mantêm altos, mas perspectiva de oferta pode reduzir cotações

Os preços do feijão se mantêm altos em várias regiões do país, com destaque para a noroeste de Minas Gerais e Santa Catarina, onde o produto é comercializado por valores que chegam a R$ 450 a saca para o feijão Extra e R$ 410 para o feijão nota 7. No entanto, a perspectiva é de que haja uma redução nos próximos meses, devido à expectativa de oferta renovada.

Segundo o especialista, a segunda safra do feijão é uma incógnita, já que o plantio atrasou em diversas regiões produtoras por causa da colheita tardia da soja. Apesar disso, a perspectiva é de que a oferta seja renovada a partir do final de abril e durante o mês de maio, o que pode levar a uma redução nos preços.

O presidente do Ibrafe também alerta que o mercado do feijão é influenciado pelas ondas de compradores, que podem levar os preços a patamares elevados, mas também podem recuar quando se abastecem. Portanto, a recomendação é que os produtores fiquem atentos às perspectivas de oferta e demanda, para tomarem decisões acertadas sobre o plantio e  comercialização do produto.

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Por:
Aleksander Horta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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