Mercado do feijão com poucos negócios mas mantendo tendência de alta para o início de 2020
O ano de 2020 deve começar com bons preços para os produtores de feijão, de acordo com o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders. Ele explica que a razão para uma possível alta dos preços se deve à oferta menor, por causa da diminuição das áreas plantadas, e da demanda, já que as empacotadoras saíram de férias sem ter estoque.
Segundo Lüders, os preços que estão sendo praticados atualmente estão em torno de R$ 160 a R$ 180 no Paraná e R$ 200 a R$ 220 em Minas Gerais e Goiás.
"Isso é um preço nominal, mas só vamos ver como o mercado vai ficar em janeiro e fevereiro. O produtor que está vendendo hoje não é por medo de que os preços caiam no começo do ano, mas sim por alguma emergência, pagar alguma conta", afirma.
Para ele, o produtor não precisa ter pressa de vender, já que há "70%, 80%" de chance de que os preços melhorem no começo do ano.
Apesar da boa perspectiva, o presidente do Ibrafe afirma que há risco de superoferta de feijão carioca, tendo em vista os bons preços que tornam a cultura atrativa. A opção para o produtor que deseja plantar, neste caso, é a diversificação e a busca por contratos de exportação de variedades como vermelho, rajado, mungui, caupi e azuki.
MERCADO EXTERNO
Lüders avalia que o ano de 2019 foi interessante para o mercado do feijão, destacando a evolução na cadeia produtiva e as exportações. Segundo ele, mesmo com a diminuição de produção de feijão caupí em torno de 40% a 50% em Mato Grosso, as exportações devem fechar o ano com volumes semelhantes aos de 2018.
"Isso significa que a cedeia produtiva evoluiu, e ampliamos os tipos de feijões exportados, como azuki, mungui, vermelho e rajado", disse.
Além disso, de acordo com ele o Brasil descobriu um mercado interessante de gergelim, que vai aumentar a área plantada ano que vem. Outro ponto importante ressaltado pelo presidente do Ibrafe é a manutenção do dólar em patamar favorável para a exportação, a diminuição da produção chinesa de feijão, que pode ser um potencial comprador de feijão, gergelim, chia e painço do Brasil, a redução do volume de feijão produzido na Índia, e a quebra da safra nos Estados Unidos.
No final de janeiro, o Ibrafe deve se reunir com autoridades da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), depois que o governo federal retornar de viagem à Índia para promover as exportações do feijão. A intenção, segundo Lüders, é que as exportações de feijão passem de 160 mil toneladas para 500mil toneladas em 10 anos.
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