Comportamento dos preços do feijão surpreende produtores
Marcelo Eduardo Lüders, presidente do IBRAFE, apontou que esta foi mais uma semana na qual a atitude dos produtores de feijão foi positiva para os preços. Na semana passada, houve um recuo quando começaram a aparecer ofertas compatíveis com boatos de superssafras no Nordeste e no Mato Grosso. Nesta semana, negócios já começaram a ocorrer na faixa dos R$120 a R$130.
Ele aponta que este é um momento no qual os produtores devem ficar de olho no mercado. Quando as contas chegam no vermelho com os preços ofertados, "os produtores estão certos em parar de vender", diz.
No curto prazo, não há a possibilidade de uma disparada de preços. Um valor como R$150, que é agradável para todas as pontas da cadeia, ainda é difícil de alcançar. Entretanto, a reação dos preços depende dessa mobilização. Em algum momento, os compradores vão precisar repor compras.
Uma equipe do IBRAFE está viajando pelo interior do Nordeste e pode identificar que a safra deve ser bem menor do que os 5 milhões de sacas especulados no mercado. No Mato Grosso, as estimativas de lavoura e produtividade também não indicam números expressivos que justifiquem uma retração nos preços.
Para a safra das águas, Lüders realizou um estudo para identificar quais serão alguns pontos de atenção. Em primeiro, a questão custo x produtividade entra em jogo, já que "o desafio de produzir é cada vez maior" e o preço mínimo foi baixado. Depois, decisões baseadas nos preços do milho e no vazio sanitário da soja no Paraná também podem estimular o plantio de feijão.
Ele também recomenda que os produtores optem por variedades que não escurecem ou que plantem feijão preto e outras variedades para contribuir para uma diversificação do mercado.
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