Vendas de feijão carioca no interior de São Paulo superam 150 carretas em um dia. Saiba o que significa essa movimentação
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Vendas de feijão carioca no interior de São Paulo superam 150 carretas nesta quinta-feira(08)
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Na quinta-feira (8), o mercado de feijão teve um dia interessante para os negócios no interior de São Paulo, que é o principal fornecedor do produto no Brasil neste momento.
De acordo com Marcelo Lüders, analista da Correpar, o mercado estava parado até a última quarta-feira, com preço ao redor de R$170 a R$180, mas nesta quinta-feira, "em questão de duas a três horas, estima-se que foram vendidas mais de 150 carretas só no interior de São Paulo", explica.
Ele atribui isso a um movimento de segurança por parte dos compradores, que deixam para comprar na última hora, uma vez que há tendência de baixa. Como a pressão vai aumentando, os vendedores também entram no mercado. As vendas ontem diminuiram os preços para o feijão, que ficaram em torno de R$160 a R$170, criando uma descompressão no mercado.
O analista explica também que o ritmo de reposição no mercado brasileiro está lento, com compradores na expectativa da saída de novas safras. O conselho de Lüders para os produtores é que continuem a observar o mercado para aproveitar os melhores momentos de venda.
Pressão baixista
Ele conta também que há "duas situações que irão pressionar o mercado para baixo". Uma delas é a expectativa com o feriado no Brasil. "Muitas empresas entram em férias coletivas e ninguém vai querer entrar em férias com grandes estoques de feijão, então a parada do final do mês é baixista", conta.
O outro fator é que "quem começa a colher, tem a intenção de vender rapidamente, mas como todo mundo está buscando ficar vzio, pode acontecer que na próxima semana ainda tenha gente vendendo e que haja pedidos para entrega".
O volume total disponível no interior de São Paulo, segundo o analista, é compatível com o consumo de agora até o início de janeiro.
Ainda que a safra do Paraná seja maior ou menor, neste momento, em janeiro, a safra de São Paulo já irá ter se esgotado. Os produtores tendem a aceitar o que irão alcançar de produtividade - a produtividade média que remunera o produtor é de 40 sacas por hectare.
Inadimplência
Há uma preocupação, por parte dos empacotadores, em relação à inadimplência. Estes fatores podem atingir os produtores diretamente, se não houver uma maior observação das empresas com quem eles realizam negócios.
Ele explica que a retração da economia, o aumento do desemprego e a busca das redes por chegar mais perto do consumidor levam a um estilo maior de mercado que retira o mercado do varejo de menor tamanho. Na medida em que esse varejo tem dificuldade de manter o seu negócio, o feijão é um dos principais produtos atingidos mediatamente.
Logo, as empresas que negociam com esses mercados passam a ter o problema transferido para elas. Logo, o produtor precisa observar como está a saúde financeira das empresas com as quais ele negocia para que essa situação não chegue a ele.
Safra no Paraná
De agora em diante, até o final de janeiro e início de fevereiro, haverá maior oferta do Paraná - mas também se inicia a oferta de Minas Gerais e Goiás, apontando um mercado bastante abastecido. Por este motivo, ninguém quer manter estoques no momento, como explica Lüders.
No estado, algumas regiões sofreram com falta de água e, logo depois, chuva e frio. "Isso rouba um pouco da produtividade, complica um pouco a entrada de doenças, são vários fatores que fazem a gente acreditar que [a safra] não vem completamente bem. Todo ano tem um fator ou outro que acaba atrapalhando um pouco, é o quadro que o produtor enfrenta no Paraná", conclui.
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