Setor do feijão também deve sentir impactos no escoamento por conta da greve dos caminhoneiros
No mercado do feijão os impactos da greve ainda não são graves, mas devem aumentar no decorrer dos próximos dias - caso as paralisações continuem. No entanto, os produtores também apoiam as reivindicações, pois os custos do transporte afetam o agricultor.
No abastecimento as consequências não foram sentidas, pois o maior consumo é registrado no início de cada mês. Contudo, existem situações pontuais em que empacotadores estão sem mercadoria para entregar, rompendo o fluxo com os supermercados. Os preços também podem sofrer ligeira alta caso esse situação dure mais dias, haja vista que o feijão tem grande consumo no país.
Para Marcelo Lüders, da Correpar, o mercado tinha grandes expectativas com o término do carnaval, mas a alta inflação tem afetado o consumo de muitos produtos, inclusive nos básicos – como arroz e feijão. Por outro lado, “há também a questão dos especuladores, que entraram no mercado dando liquidez, adquirindo o produto aos níveis que foram vendidos e agora estão aguardando uma valorização para entrar neste mercado”, explica.
Os indicativos para o mês de março sinalizam um mercado estável, ou com ligeira alta, por conta das safras – geralmente com grande volume – que terão um volume menor. “Dessa maneira não haverá uma entrada de mercadoria suficiente para atender a demanda de 3 milhões de sacos por mês”, afirma Lüders.
No mercado internacional a comercialização para países da Ásia e Oriente Médio está garantida, dando maior tranquilidade aos agricultores. Além disso, a estiagem – principalmente na região nordeste – pode diminuir a quantidade e produtividade de áreas plantadas. Portanto, a expectativa é de um ano com bons preços em qualquer variedade.
Nos preços, o feijão nota 7 varia de R$ 160,00 a R$ 165,00 e o governo deve fazer leilão do estoque de 5 mil toneladas – podendo elevar os preços da boa mercadoria.
Lüders considera que a divulgação de índices equivocados de produtividade nas safras prejudica a cultura, porque o produtor opta em não investir. “O supermercadista pega esses dados e diz ao empacotador que tem muito feijão, prejudicando enormemente a cadeia produtiva”, comenta.
0 comentário
Ibrafe: Acordo do Gergelim abre caminho para o Feijão com a China
Arroz/Cepea: Preços são os menores em seis meses
Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso
Ibrafe: Feijão-carioca por um fio
Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso
Com mercado aquecido, empresa brasileira exporta mais 500 toneladas de feijões especiais