Dólar bate R$ 3 e mantém cenário de volatilidade; impactos sobre preços e custos de produção
O dólar subiu mais de 1% pelo quarto dia consecutivo e encerrou a quinta-feira (05) acima de 3,01 reais, ainda pressionado por incertezas sobre o ajuste fiscal e as intervenções do Banco Central no câmbio. Para o economista Roberto Troster, os preços do dólar irão depender muito dos acontecimentos no Congresso Nacional, com essas incertezas refletindo nos custos.
"A expectativa a médio prazo é do dólar ficar nesses patamares de R$ 2,90 a R$ 3,00 neste ano e no próximo", afirmou o economista.
A valorização do dólar, no entanto, apresenta dois pontos de vista. No caso das commodities com alto volume de exportação, como soja, café e proteína animal, o real desvalorizado facilita a comercialização internacional. Entretanto, os custos de produção ficam elevados, e os produtos que tem sua negociação em bolsa e exportação limitada ficam mais prejudicados.
"Para minimizar os riscos compra e vende no mesmo dia, ou seja, compra os insumos quando for vender os produtos para não correr o risco cambial. Essa volatilidade vai ficar por um tempo", explica Troster.
Para controlar a economia, é preciso de o Congresso haja de forma rápida e eficiente neste momento. Contudo, os parlamentares estão preocupados com outras questões e o país anda para três, considera o economista.
A expectativa é que o primeiro trimestre do ano feche como dólar em alta, a inflação deve continuar subindo e o PIB será negativo nesse ano. "Na média a agricultura deve crescer mais do que o resto da economia, e o que o produtor rural está ganhando com a desvalorização cambial, é mais do que ele esta perdendo com a desvalorização das commodities", concluiu Troster.
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