Forte alta do dólar pode favorecer exportações brasileiras de carne e estimular altas no mercado do boi
Analistas de mercado alertam que a forte valorização do dólar pode favorecer exportações brasileiras de carne e estimular altas no mercado do boi.
"A oferta segue curta, e a demanda interna continua ruim, mas esse dólar para cima tem sido o grande impactante no mercado do boi", explica Caio Toledo Godoy, analista de mercado da XP investimentos.
Em janeiros foram exportadas, 74 milhões de toneladas, em fevereiro 76 milhões de toneladas, um aumento de 2,7%. Além disso, a receita em reais, também melhorou de um mês para o outro, saltando de R$ 874,8 milhões de reais para R$ 922,60 milhões de reais.
"São dois os fatores que tem puxado o dólar - e eu não vejo um recuou desse valor - primeiro uma sinalização do FED (Federal Reserve System) podendo aumentar os juros e impactando no real, segundo o risco político no Brasil com PT e PMDB batendo de frente e operação lava jato. Esses fatores devem favorecer a exportação", declara Godoy.
Já a demanda interna deve permanecer fraca durante todo o ano de 2015, pois a população continua endividada, com a renda caindo consideravelmente e os juros subindo. "Tivemos um movimento de primeira semana de carne melhorando, mas isso é um movimento típico. O cenário econômico é muito ruim e a demanda interna deve ficar fraca", afirma o analista.
Para ele, o grande questionamento é se haverá melhora de boi de pasto em maio - por conta dos altos valores de reposição e a demanda que pode aquecer nos próximos meses. Em São Paulo, a arroba do boi gordo é comercializada a R$ 144,60/@ à vista, mas já tem contrato outubro batendo na casa de R$ 150,00/@.
As escalas atendem em torno de uma semana, mas existe preocupação dessa escala ser completa, ou seja se o pecuarista consegue colocar o boi em 3 dias ou a escala está completa e ele já começa a pensar na próxima semana.
No mercado atacadista de carne a barreira dos R$ 9,00 ainda não foi alcançada. "Para os frigoríficos seria bom a carne valorizar, porque com a matéria prima muito cara, a carne deveria remunerar, ou seja, acompanhar a valorização do boi gordo. Mas, não é isso que nós vemos, o boi gordo está muito mais caro que o boi casado", afirma Godoy. Para o analista, o preço da carne não deve subir devido à alta da inflação.
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