Dados do Outlook Fórum apontam para menor área de plantio da soja nos EUA e surpreendem positivamente Chicago
Dados do Outlook Fórum impactaram positivamente nos preços da soja em Chicago, projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para a safra 2015/2016 registram diminuição na área de plantio. E os U$ 10/bushel passa a ser o novo piso para as comercializações.
“O mercado esperava um aumento na área de soja e quebra na área de milho, mas o USDA anunciou redução no plantio de milho, soja, trigo e algodão”, explica Carlos Cogo, consultoria agroeconômica. Foram estimadas redução de 0,2% para a soja, 1,8% o milho, 2,3% no trigo e 12,1% para o algodão, e foi esse o principal motivo para as altas nos preços da soja e do milho na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira.
No caso da soja o relevante não é a porcentagem de baixa, mas sim não haver aumento de área. “A justificativa é que parte da área de grãos do EUA serão alocadas para culturas forrageiras, designadas a alimentação da pecuária. Estima-se que 6 milhões de hectares ficaram destinados a esses outros grãos”, explica Cogo.
Além disso, as exportações dos Estados Unidos estão aceleradas, quase 100% do que foi projetado para exportação já está contradado. E possivelmente está ligado a formação de estoque de grandes compradores, como por exemplo a China, que em janeiro deste ano comprou 19% a mais do que havia comprado no mesmo período do ano passado, outro fator de estímulo às cotações.
A quebra e perda de potencial produtivo da safra brasileira não estão precificadas pelo mercado, caso se confirme uma quebra ainda maior os preços na bolsa de Chicago podem sofrer alterações mais significativas. Estima-se que o Brasil produza 92 milhões de toneladas de soja de acordo com Cogo, um volume abaixo dos 95 milhões esperados por órgãos como USDA e Conab. Na Argentina, a safra vai bem, apesar do excesso de chuvas, enquanto no Paraguai também se espera uma redução na colheita.
A expectativa é que as notícias que virão da produção da América do Sul até março/2015 mostrem uma safra menor do que o esperado principalmente no Brasil, reforçando os preços nos patamares de U$ 10/bushel. Importante ressaltar que devido ao grande volume de estoque não há perspectivas de forte aumento nos preços, salvo aconteça grandes problemas climáticos, em especial com a safra americana, que ainda não foi plantada, afirma o consultor.
No mercado brasileiro, a comercialização segue lenta com os produtores ainda apostando em melhores oportunidades mais a frente, principalmente observando o dólar subindo e prêmios positivos nos portos. “O produtor brasileiro prefere segurar seu produto, esperando melhoras no preço, com exceção de agricultores conservadores que não acreditam em alta. Realmente o preço em muitas regiões do país é ótimo, mas o produtor que conseguir esperar pode fazer melhor negócio”, conclui Cogo.
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Liones Severo Porto Alegre - RS
Os preços baixos das principais commodities agrícolas, resultaram em forte aumento indenizatórios dos subsídios norte-americanos. O congresso havia solicitado um plano capaz de reduzir os subsídios da ordem de 5.0 bilhões de dólares pela metade. Então, o Presidente Obama criou o plano a ´Fazenda`, que com a quedas dos preços das commodities agrícolas resultou em aumento das indenizações para cerca de 10 bilhões de dólares. O congresso americano alega que os contribuintes pagaram trilhões de dólares para os produtores sem que fossem necessários. O plano agrícola vence em 2019. Portanto, agora temos o governo norte-americano em busca de preços mais elevados para equilibrar os custos com subsídios agrícolas. Esta é a principal razão da redução das áreas de plantio das safras de 2015/16 reduzidas em favor de cereais de menor expressão que custarão menos aos contribuintes norte-americanos. Não adianta o Brasil entrar na OMC contra os subsídios norte-americanos porque temos telhado de vidro. Aplaudam produtores brasileiros, teremos mais 6 anos de preços competitivos. (fonte SIMConsult),