Novas alternativas para os citricultores saírem da crise

Publicado em 05/02/2015 09:46
Novas alternativas para os citricultores saírem da crise

A recessão no mercado de laranja está com os dias contados se depender de Ibiapaba Netto, diretor executivo da CitrusBR. Segundo ele, o segredo é mirar no exemplo do produtor americano e agregar valor ao produto ou então fazer como uma empresa de Sorocaba, que montou uma venda online de laranjas. Ou seja, o momento é do citricultor buscar alternativas no mercado sem necessariamente deixar de vender para as indústrias.

O modelo de negócio do produtor da Califórnia, nos Estados Unidos, consiste basicamente em fazer com que o consumidor final saiba quem produziu o produto, situação que é impossível hoje no Brasil. “Existem marcas centenárias na Califórnia que abastecem o mercado de frutas frescas. É muito interessante a capacidade de agregação de valor que o americano consegue inserir em seus produtos, sendo possível identificar o produtor de determinada laranja, o que é muito importante para o consumidor”.

Agregar valor ao produto também é a ideia da empresa Laranjas Online, que além de produzir, faz a entrega do produto  direto ao consumidor final na região de São Paulo. O interessante é que a produção destinada ao serviço de compras pela internet representa apenas 20%, porém o faturamento vindo dessa pequena parte é maior do que a venda dos outros 80% para as indústrias. Colocando em números, uma caixa de laranja vendida pelo serviço online sai por R$ 60, enquanto uma caixa vendida para a indústria custa de R$ 10 a R$ 12. “O consumidor ao invés de ir ao supermercado e escolher uma laranja que passou em um entreposto, foi parar no varejo e está misturada com outras laranjas de diversas procedências, simplesmente entra no site e escolhe a laranja de um produtor conhecido”.

Em relação ao mercado mundial, Ibiapaba Netto explica o motivo da crise vivida no setor. “Por conta do conflito da Rússia e Ucrânia, a Rússia parou de importar maçã da Polônia, um dos maiores produtores do mundo, então, essa maçã que deveria ser consumida no mercado interno russo foi parar no mercado de suco. Por isso deu um excedente de 30% na produção de suco de maçã na Europa, o preço despencou e acabou levando para baixo também o preço do suco de laranja. Essa sequência de fatos provocou uma queda na exportação de laranja, fazendo com que os produtores brasileiros deixem de ganhar cerca de U$ 500 milhões”.

Por isso, o mercado interno receberá atenção especial nesse ano. “A gente está trabalhando em uma campanha de marketing muito forte com o pessoal que compra suco na Europa, mas também estamos estudando um modelo de governança para que seja feita uma arrecadação de dinheiro tanto na conta da indústria quanto na conta do engarrafador. Junto disso temos nos dedicado para estimular o mercado interno, porque vemos que dá pra ter uma demanda adicional de 60 milhões de caixas".

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Por:
Lucas Mayer

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